quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

INFORMAÇÃO



Data de realização das provas de seriação para o ano lectivo de 2009/2010


( Informações na Escola Superior de Artes Decorativas )


Licenciatura em Ciências da Cultura


Alunos com o 12º ano completo – 22 de Junho, 13 de Julho, 7 de Setembro e 14 de Setembro;

Candidatos maiores de 23 anos – 11 de Maio, 15 de Junho e 20 de Julho.


Licenciatura em Artes DecorativasAlunos com o 12º ano completo – 23 de Junho, 14 de Julho, 1 de Setembro, 8 de Setembro, 15 de Setembro e 22 de Setembro;


Candidatos maiores de 23 anos – 12 de Maio, 16 de Junho e 21 de Julho.

Ficha n180

D.MARIA II A EDUCADORA
1834-1853

Baptizada Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Luísa Gonzaga de Bragança e Áustria, Dona Maria II era filha do rei D. Pedro IV e da imperatriz Leopoldina de Habsburgo. Foi cognominada A Educadora ou A Boa Mãe, em virtude da aprimorada educação que dispensou ao seus muitos filhos. Maria II dará muita atenção à instrução pública com a criação de Liceus, Escolas Primárias, Escolas Médicas (em Lisboa e no Porto), também da Escola Politécnica de Lisboa e da Academia Politécnica do Porto, do Instituto Agrícola e do Conservatório de Música.
Depois da abdicação de seu pai, Pedro IV (D.Pedro I, em seu favor, no Brasil) em 1826, deixou o Rio de Janeiro a 5 de Julho de 1828, sob o título de Duquesa do Porto, sendo reconhecidos os seus direitos à coroa de Portugal por algumas potências europeias. O Marquês de Barbacena, Felisberto Caldeira Brant, foi o escolhido por D. Pedro I para acompanhá-la. Julgada pelas cortes, começa a governar segundo o regime constitucional, alguns dias antes do seu pai morrer (24 de Setembro de 1834).

Ficha n179

NOVA ABDICAÇÃO DE D.PEDRO

D.Pedro que voltara ao Brasil, abdica uma vez maisdo trono, no seu filho D.Pedro de Alcântara, e organiza um exército para apoiar a sua filha Maria da Glória contra o tio D.Miguel. As tropas de Pedro desembarcam no Mindelo, perto de Leixões, vindas de S.Miguel, nos Açores. Durante um ano, vão estar ali, cercada pelas tropas de D.Miguel.
Organizam-se as duas facções em váios pontos do reino e a guerra generaliza-se, acabando por ser desfavorável a D.Miguel. A 26 de Maio declara-se vencido e assina a Convenção de Évora-Monte, depondo as armas e retirando-se de Portugal.
D.Pedro assume a regência e estabelece a Carta Constitucional. Proclama a sua filha D.Maria da Glória como rainha de Portugal.

Ficha n178

GUERRA CIVIL

O resultado desta medida é uma guerra civil, que opõe os miguelistas aos liberais ( ditos constitucionalistas). D.Miguel acaba por dominar o território, à excepção da ilha Terceira, fiel à rainha Maria da Glória.

Ficha n177

D.MIGUEL O REI ABSOLUTO

1828-1834
Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon, católico, tradicionalista, foi, para alguns, usurpador do título monárquico de sua sobrinha D.Maria da Glória. Ao chegar ao poder, como rei, D.Miguel dissolve o Parlamento, em Março de 1828. Convoca as cortes e restaura o regime tradicionalista.

Ficha n176

REGÊNCIA DE D. MIGUEL

D. Miguel, que se encontrava na Áustria, regressa a Portugal e assume, em Fevereiro de 1822, a Regência do Reino.

Ficha n175

D.PEDRO IV O REI SOLDADO
1826-1828

D.Pedro, Imperador do Brasil com o título de Pedro I, é reconhecido pelo Conselho de Regência como sucessor de João VI, tomando o nome de Pedro IV de Portugal.
O seu nome completo era Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon e foi rei de Portugal durante sete dias de 1826: abdicou de ambas as coroas: da portuguesa para a filha D. Maria da Glória e da brasileira para o filho D. Pedro II.
Em Portugal é conhecido como O Rei-Soldado, por combater o irmão D. Miguel na Guerra Civil de 1832-34 ou O Rei-Imperador. É também conhecido, de ambos os lados do Oceano Atlântico, como O Libertador — Libertador do Brasil do domínio português e Libertador de Portugal do governo absolutista.

Ficha n174

JUNTA DE REGÊNCIA

João VI morre em 10 de Março de 1826, ficando o reino sob a responsabilidade de uma Junta de Regência, presidida pela sua filha Isabel Maria.

Ficha n173

ABRILADA

João VI vai mudar de ideias e D.Miguel revolta-se de novo, em 30 de Abril de 1824, cercando o palácio real da Bemposta. João VI foge para um navio ancorado no Tejo, demite D.Miguel do seu posto e recupera o poder. Miguel abandona o reino.

Ficha n172

VILAFRANCADA

O novo clima liberal dividia as opiniões e o segundo filho de João VI, o infante D.Miguel, com o apoio da mãe, Carlota Joaquina, conspira e tenta impor as suas próprias ideias. Assim, uma contra-revolução parte de Vila Franca de Xira e proclama o regresso do absolutismo. O rei acaba por aderir ao movimento. Promete uma nova Constituição e nomeia D.Miguel chefe dos Exércitos.

Ficha n171

REVOLUÇÃO DE 1820 E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

A Revolução francesa vencia pelas ideias, mais do que pelas armas, e a Revolução de 1820 é uma consequência dessa evolução.
Também conhecida como Revolução do Porto, pois começou naquela cidade no dia 24 de Agosto de 1820, foi um movimento liberal com muitas consequências na História de Portugal. Conseguiu o apoio de quase todas as camadas sociais: o Clero, a Nobreza e o Exército português que exigiam o imediato retorno da Corte; o estabelecimento, em Portugal, de uma Monarquia constitucional; e
a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial). Como consequências, a Corte, à excepção de Dom Pedro I , filho e herdeiro de João VI, que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente, retornou a Portugal no ano de 1821.O Brasil proclamou a sua independência em 1822.

Ficha n170

ELEVAÇÃO DO BRASIL


Após a queda de Napoleão, em 16 de Dezembro de 1815, o Príncipe Regente D. João elevou o Brasil a reino, por pressão inglesa e para poder sentar-se entre os plenipotenciários do Congresso de Viena; em 20 de março de 1816, morta D. Maria I, assumiu a coroa como D. João VI, o 27º Rei de Portugal (tornando-se rei, de facto, apenas em 6 de fevereiro de 1818, no Rio de Janeiro, dois anos após a morte de sua mãe. Foi o único rei a ser coroado nas Américas).

Ficha n169

CARTA RÉGIA

A Carta Régia de 7 de março de 1810, foi o documento mais importante elaborado no Rio de Janeiro. A sua redacção deve-se a D. Rodrigo de Souza Coutinho. A carta sintetiza e justifica as medidas e compromissos estabelecidos pela corte no Rio.

Ficha n168

PRINCIPAIS MEDIDAS NO BRASIL

Decreto da abertura dos portos, Biblioteca Nacional do Brasil o Brasil, liberação da actividade industrial em 1808;
criação do Banco do Brasil em 12 de outubro de 1808;
autonomia administrativa em 1815; permissão da actividade de imprensa;
fundação da academia militar, da marinha e de um hospital militar; criação de uma fábrica de pólvora no Rio de Janeiro;
criação do ensino superior (duas escolas de medicina); criação do Jardim Botânico e da biblioteca real; criação da Academia das Belas Artes.

Ficha n167


JOÃO VI O CLEMENTE
1816-1826

João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança será João VI de Portugal, rei por morte de sua mãe Maria. A decisão de deslocar a Corte para o Brasil garantiu a independência do Reino e João é aclamado no Brasil a 6 de Fevereiro de 1818, no Rio de Janeiro. Era o segundo dos filhos de D. Maria I de Portugal e de seu tio Pedro III, mas tornou-se herdeiro da coroa após a morte do irmão mais velho José, Duque de Bragança em 11 de setembro de 1788, vitimado pela varíola.Em 1785, casou-se em Madrid por procuração em 8 de maio e em Lisboa em 9 de junho em pessoa com a Infanta Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Borbon y Borbon, de 10 anos, filha de Carlos IV de Espanha e de Maria Luísa de Parma. D. Carlota Joaquina teve três filhos e seis filhas. A partir de 1792, dada a doença mental da mãe, João assume o poder, assegurando a direção dos negócios públicos, passando a despachar os decretos em seu nome; sete anos mais tarde, em 15 de julho de 1799, e até subir ao trono, governou o país como Príncipe Regente pois uma Junta Médica reconheceu a impossibilidade de recuperação de sua mãe. Em 16 de dezembro de 1815 foi Príncipe Regente do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves. Reviveu a Ordem da Torre e da Espada em 13 de maio de 1808, foi fundador da Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa em fevereiro de 1818.
Na Bahia em 28 de Janeiro de 1808 decretou a abertura dos portos brasileiros às nações amigas, pondo fim ao Pacto Colonial. Foi o acto que mais celebrizou seu governo na América portuguesa. A Inglaterra foi a maior beneficiada.
Em março, D. João transferiu-se para o Rio de Janeiro, transformando a cidade em sede da Monarquia. Ali formou o seu Ministério, aboliu a proibição da criação de indústrias, atacou e ocupou a Guiana Francesa, fundou escolas, bibliotecas, etc.
Enquanto isso, na Europa, Napoleão depunha o rei de Espanha, irmão de Carlota Joaquina, e em seu lugar colocava José Bonaparte, seu irmão.

Ficha n166

PEDRO III O “CAPACIDÓNIO”
1717 — 1786

Quando D.Pedro era instado a pronunciar-se sobre as qualidades dos súbditos de D.Maria I, sua mulher, dizia sempre que os considerava capazes e idónios. Tanto o disse, que mereceu o cognome irónico de “capacidónio”.
D. Pedro III, baptizado Pedro Clemente Francisco José António de Bragança, Infante de Portugal, Senhor do Infantado, Grão-Prior do Crato, Duque de Beja, posteriormente Príncipe consorte do Brasil e Rei consorte de Portugal, foi o quarto filho do rei D. João V e da rainha D. Maria Ana (era assim irmão de D. José I). Em 6 de Junho de 1760 casou com a sobrinha e herdeira da coroa, D. Maria Francisca. Com a subida da mulher ao trono em 1777 tornou-se rei consorte de Portugal. Também foi conhecido como "O Sacristão", pelo seu fervor religioso, ou ainda "O Edificador", pela sua iniciativa de edificar o Palácio de Queluz (palácio de estilo rococó,residência de Verão de Pedro, mais tarde morada do príncipe regente João IV e sua família, quando um incêndio destruiu o Palácio da Ajuda, em 1794).

Ficha n165

INVASÕES FRANCESAS-NAPOLEÃO

Napoleão, dirigente da França desde 1799 e coroado seu imperador em 1804, torna-se a primeira figura da guerra e procura impor o Bloqueio Continental, sob o qual todas as nações europeias deviam encerrar os seus portos aos navios britânicos.
Napoleão assina com a Espanha o Tratado de Fontainebleau, a 27 de Outubro de 1807, pelo qual o reino português seria repartido entre a Espanha e a França.
No mesmo ano, dá-se a primeira Invasão Francesa de Portugal, comandada pelo general Junot. Em Agosto de 1808, assina-se a Convenção de Sintra pela qual Junot é obrigado a retirar com as suas tropas.Dias antes da entrada do exército francês no território de Portugal, a família real parte para o Brasil. É uma decisão do Conselho de Estado e permite a manutenção da Independência.
A segunda invasão francesa, comandada pelo general Soult, data de 1809 e a terceira, comandada por Massena, de 1810. Todavia. Os portugueses conseguem vitórias importantes, graças ao apoio de Inglaterra.
Napoleão estará no poder durante 15 anos.
D.Maria I morre, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, a 20 de Março de 1816. D.João VI torna-se rei.

Ficha n164

REGÊNCIA DE D.JOÃO VI

A partir de 1796 é D.João quem fica encarregue dos negócios do reino e vai enfrentar muitas adversidades. A Revolução Francesa veio modificar a forma de estar de quase toda a Europa. A Inglaterra protagoniza a revolta contra a França; Espanha e Portugal resolvem entrar na guerra. Em 1793, os exércitos europeus invadem a França, na chamada campanha de Rossilhão.
Portugal é invadido em 1801 pelas tropas espanholas e francesas que conquistam Olivença.

Ficha n163

REFORMAS E EMPREENDIMENTOS

D.Maria I efectuou reformas profundas e importantes, fundou a Academia Real das Ciências, a Biblioteca Nacional, A Academia Real da Marinha, a Academia Real da Fortificação e a Casa Pia de Lisboa. Criou muitas escolas de instrução primária. A 5 de janeiro de 1785 promulgou um alvará impondo pesadas restrições à atividade industrial no Brasil, protegendo com isso a activida industrial no reino.

Ficha n162


D.MARIA I A PIEDOSA
Reinou de 1777-1816

A filha de D.José I - que nasceu em 17 de Dezembro de 1734 - foi a primeira rainha em Portugal a exercer o poder efectivo.
Morto D.José I, Pombal pede a demissão que a nova rainha, D.Maria, aceita de imediato. Ao período de mudança que então se segue, chama-se Viradeira e abrange a demissão e exílio da corte do Marquês de Pombal, a absolvição dos Távora, a aceitação do pedido de asilo a numerosos aristocratas franceses fugidos da Revolução Francesa (1789).
Casou com o seu tio D.Pedro ( Pedro III de Portugal).
Mentalmente instável, desde 1792, foi o filho, João, quem tomou, em seu nome, conta dos assuntos de Estado.
Maria teve sete filhos.

Ficha n161

GUERRA DOS SETE ANOS

Chama-se Guerra dos Sete Anos aos conflitos internacionais que ocorreram entre 1756 e 1763, durante o reinado de Luís XV, entre a França, a Áustria e seus aliados (Saxônia, Rússia, Suécia e Espanha), de um lado, e a Inglaterra, a Prússia e Hannover, de outro. A França pede o apoio português, ao abrigo do chamado Pacto de Família, assinado entre os descendentes da família Bourbon, ligada à casa real portuguesa, mas Portugal recusa-o, por ter uma aliança com a Inglaterra. O reino é invadido por tropas francesas e espanholas em 1762, via Trás-os-Montes. A guerra cessa com o Tratado de Paz de Paris, no ano seguinte.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Artigo sobre As Flamengas

FOTOAH"Flamengas"

As Flamengas[1] (da Ordem das Clarissas[2])

A chegada das irmãs (ditas) flamengas a Portugal coincide exactamente com o período de governo pessoal[3] de Filipe II[4] (o primeiro a reinar com este nome em Portugal[5]), o que significa, entre 1581 e 1583. Vinham estas freiras fugidas da guerra que então se travava nos Países Baixos[6] e seriam originárias de um convento da sua Ordem em Alkmaar — terra que sofreu particularmente os rigores dos confrontos, obrigando-as a fugir. A Ordem de Santa Clara[7] foi fundada no Convento de São Damião, em 1212, sob a orientação de Santa Clara e de S. Francisco — teve sempre o apoio dos Frades Menores —, depressa se estendeu por toda a Europa e constitui hoje, com cerca de 1500 mosteiros em todos os continentes, a ordem de clausura mais numerosa em toda a Igreja.
As irmãs clarissas chegaram a Portugal pouco depois da morte de Santa Clara, em 1254. O primeiro mosteiro[8] de Santa Maria e de Santa Clara surgiu em Lamego em 1258, cinco anos após a morte de Santa Clara. «Começou o mosteiro por algumas mulheres devotas e exemplares, as quais aspirando a mais perfeito estado se uniram entre si e propuseram viver na Ordem de Santa Clara» (Fr. Manuel da Esperança). No ano seguinte, a comunidade foi transferida para Santarém, residência habitual da corte, onde o rei D. Afonso III construiu um mosteiro de raiz. É que, além de a casa de Lamego não ter condições para vida conventual, havia dificuldades na assistência espiritual. Ali, não havia franciscanos. Com o tempo, o mosteiro de Santarém veio a tornar-se um dos mais sumptuosos e magnificentes de Portugal com capacidade para oitenta religiosas. Nele professaram senhoras nobres e de sangue real a começar por D.ª Leonor Afonso, filha do rei fundador. Seguia a Regra do cardeal Hugolino de 1219.
A primeira comunidade instalou-se, assim, em Lamego, passando em 1259 para Santarém. Quando foi aprovado o decreto a extinguir a vida religiosa em Portugal, em 1834, havia cerca de cem mosteiros de irmãs clarissas no território português continental. Com a morte da última religiosa todos os mosteiros passavam para a fazenda pública. Assim nos fins do século XIX foram encerrando todos os mosteiros.
Filipe II, filho do Imperador Carlos V e de Isabel de Portugal, governou um vasto território integrado por Aragão, Castela, Catalunha, Ilhas Canárias, Maiorca, Navarra, Galiza e Valência, Rossilhão, Franco-Condado, Países Baixos, Sardenha, Córsega, Sicília, Milão, Nápoles, além de territórios ultramarinos em África (Orão, Túnis, e outros), na América e na Ásia (Filipinas) — e encarnava o símbolo maior do catolicismo em luta contra o protestantismo que então emergia. O protestantismo era então uma realidade muito recente e cuja denominação define o conjunto de igrejas cristãs e doutrinas que se identificam com as teologias que visam a tentativa de reforma da Igreja Católica Apostólica Romana, desenvolvidas no século XVI na Europa Ocidental. Essas teologias partem de um importante grupo de teólogos e clérigos, como o monge agostinho Martinho Lutero, de quem as igrejas luteranas tomam o nome. A maior parte dos cristãos europeus, em especial os da Europa meridional, não concordavam com as tentativas de reforma. O resultado vai ser a separação entre as emergentes igrejas reformadas e uma reformulação na Igreja Católica — a Contra--Reforma —, que reafirmou, no Concílio de Trento, aquelas doutrinas recusadas pelo protestantismo.
A História tornara Filpe um homem poderoso: é nomeado regente da Espanha, numa conferência solene realizada em Bruxelas, em 22 de Outubro de 1555, onde Carlos V, seu pai, lhe cede os Países Baixos, as coroas de Castela, Aragão e Sicília (esta mais tarde, em 16 de Janeiro de 1556), e o condado da Borgonha (em 10 de Junho do mesmo ano). Filipe era neto dos reis católicos Isabel e Fernando, e dedicou-se a interromper o progresso do protestantismo, nascido da Reforma e em sequência dos protestos de 1529, quando Lutero e os seus seguidores — um vasto conjunto de igrejas nascidas dessa cisão — se opuseram às posições assumidas pelos católicos alemães na II Dieta de Spira (realizada na cidade de Speyer, Alemanha). A expressão «protestantes» teve origem na Declaração de Fé que alguns membros da Dieta de Spira, a segunda (1529), fizeram e que começava pela frase: «Nós protestamos e declaramos abertamente diante de Deus e de todos os homens […].»
Entretanto, por morte do Cardeal-Rei D. Henrique de Portugal, a coroa portuguesa viu-se na encruzilhada de sete pretendentes, sendo que cinco baseavam as suas pretensões em fundamentos aceitáveis: Filipe II, filho de Margarida de Portugal, primogénita do rei Manuel I, com o seu marido Carlos V; o Duque de Sabóia, filho da infanta D. Beatriz, filha do mesmo rei D. Manuel I e de seu esposo o duque de Sabóia; Dom António, prior do Crato, filho do infante D. Luís, sendo Luís filho do mesmo rei D. Manuel (que irá ter o apoio do rei de França, Henrique IV, o rei que se converteu duas vezes ao catolicismo); o Duque de Parma, neto por parte da mãe do infante D. Duarte, filho do mesmo rei D. Manuel; D. Catarina, Duquesa de Bragança, filha legítima do mesmo infante D. Duarte.
Os que menos direito mostravam nesta pretensão eram Catarina de Médicis, rainha de França, descendente de D. Afonso III e de sua primeira esposa, a condessa Matilde de Bolonha; e o Papa — herdeiro natural dos cardeais, que entendia, portanto, dever usufruir do reino que um cardeal governava.
Filipe II acabou por ser rei de Portugal, pela armas e pela política — e ascendeu à coroa em 1580. De 1580 a 1640, foi Portugal governado pelos reis de Espanha, dentro do princípio da Monarquia dualista, que reconhecia a existência de duas coroas nas mãos do mesmo soberano[9].
As freiras flamengas, em breve conhecidas também como as irmãs do Convento de Nossa Senhora da Quietação, vieram da Flandres (Países Baixos), na época sob domínio Espanhol, pouco depois de Filipe II ocupar o trono de Portugal como Filipe I. Aliás, a escolha do local onde as freiras viveram — perto do Vale de Alcântara, junto à praia de Alcântara e do Palácio Real de Filipe — parece ter sido decisão do próprio monarca. A designação popular do nome Flamengas — em forma primitiva Framengas — refere--se ao idioma comum a todas elas, a língua que usavam na Flandres de onde eram originárias.
De notar que, em 1447, por morte de Carlos O Temerário, os Países Baixos, e com eles a Flandres, passaram para os Habsburgo, dinastia germânica europeia, que parece originária da Alsácia — sendo o seu membro mais antigo Gontrão O Rico —, uma dinastia que reinou na Áustria de 1279 a 1918. Estes Habsburgos levantaram-se, no século XVI, contra a soberania espanhola. Alexandre Farnésio conquistou para a coroa espanhola as regiões católicas e tradicionalistas do Sul da Flandres, opondo-se aos protestantes agrupados na União de Utreque (1579). Alexandre Farnésio, que se notabilizou no governo dos Países Baixos, foi casado com Maria de Portugal, filha do rei português D. Manuel I. Nestes acontecimentos estaria a origem das Províncias Unidas, que viriam a tornar-se independentes — e das quais se separaria a Bélgica em 1839 (actualmente a Flandres de Oeste é uma província belga).
Guilherme I de Orange-Nassau (24 de Abril 1533-10 de Julho 1584), também conhecido como Guilherme O Taciturno foi o grande impulsionador do movimento de independência dos Países Baixos. Após um período como stadthouder (regente) das províncias da Holanda, Zelândia, Utreque e Borgonha, ao serviço da casa de Habsburgo, deu início à revolta que marcou o princípio da Guerra dos Oitenta Anos, sendo declarado como fora-da-lei por Filipe II de Espanha, em 1567. Guilherme não assistiu ao sucesso da sua causa, que chegou apenas em 1648 com o fim do poderio espanhol na região, e morreu assassinado por Balthazar Gerardts em Delft, em 1584.
(«Tudo mudou quando Filipe II assumiu a coroa de Potugal. A Inglaterra considerou, nessa altura, que era urgente opor-se a um soberano que reinava sobre um império imenso e que parecia disposto a aumentá-lo ainda mais, a avaliar pelas suas ingerências crescentes nos assuntos internos da França. A tomada de Antuérpia por Alessandro Farnese (1585) foi considerada pela Inglaterra como um causus belli[10].»A Guerra dos 80 Anos ou Revolta Holandesa de 1568 a 1648, foi a guerra de secessão na qual o território englobando aquilo que é hoje os Países Baixos se tornou um país independente frente à Espanha.)
Estas irmãs Flamengas são, pois, clarissas — ordem que já merecia a devoção de Isabel de Aragão no século XIII; o IV Concílio de Latrão, em 1215, determinou que, de futuro, quem quisesse seguir a vida religiosa devia escolher uma das regras já existentes, assim, Isabel fez-se terciária franciscana, após ter deposto a coroa real no santuário de São Tiago de Compostela e haver doado os seus bens.
Isto significa que as Flamengas eram Franciscanas, ou, explicando melhor: a Ordem dos Frades Menores (Ordo Fratrum Minorum, O. F. M.), também conhecida por Ordem dos Franciscanos ou Ordem Franciscana, é a ordem religiosa fundada por Francisco de Assis — e a sua regra esteve na base da Segunda Ordem Franciscana — a Ordem das Clarissas, fundada por Clara de Assis, pelo que sendo clarissas tinham a Ordem Franciscana como sua origem.
Estas Flamengas seriam pouco mais de três dezenas. Não há relatos precisos e inequívocos deste primitivo grupo e do que sabemos ressalta um relato «por ouvir dizer», firmado num livro de 1627, por vontade da Condessa de Calheta, benfeitora do Convento de Nossa Senhora da Quietação, ou Convento das Flamengas em Alcântara, a partir de 1583. Este relato é dedicado à Infanta Margarida da Cruz e é de importância muitas vezes relevada pelos historiadores holandeses e belgas. Nele conta-se a história destas freiras pela voz de Soror Catarina do Espírito Santo, que não pertencia ao grupo inicial das freiras Flamengas, mas que a elas se juntou mais tarde. Seria Catarina do Espírito Santo filha de D. Luís Carrilho, um castelhano governador de Hoogstraten, cidade do antigo ducado germânico de Brabante, em cujo convento franciscano vivia.
Da história inicial das Flamengas retém-se o cenário da guerra, a fuga atribulada depois do cerco ao seu convento, a saída de Alkmaar para o Haarlem, a protecção dos símbolos santos transportados na fuga — as partículas do Santíssimo Sacramento, o «Corpo de Deus» «escondido numa carroça» — a ajuda de alguns católicos, o acolhimento pelas freiras carmelitas descalças de Haarlem, a revolta e as manifestações da população que pretendia tomar de assalto o convento onde se refugiaram, já que o povo temia represálias. De Haarlem terão fugido para Amesterdão, para um período de vida mais calmo que acaba ao fim de alguns anos. O grupo de freiras divide-se entre Antuérpia, Malines e Hoogstraten, terras sempre ameaçadas pela guerra e que vão ser cenário de violentas batalhas, cercos e de todo o tipo de excessos.
A 23 de Janeiro de 1580, foi dado um passo importante para a independência dos Países Baixos com a assinatura da União de Utreque, um tratado rectificado pelas províncias do Norte e pela maioria das cidades de Brabant e Flandres, que consolidou a causa comum.
De início, Alexandre Farnese, Duque de Parma, o novo regente espanhol, conseguiu conquistar diversas cidades nas províncias do Sul, mas foi então que acontecimentos na Península Ibérica conspiraram a favor dos rebeldes. O Cardeal-Rei Henrique I de Portugal[11] morreu sem descendentes directos, em Maio de 1580, abrindo o caminho para a união pessoal dos reinos ibéricos na pessoa de Filipe II de Espanha. Para argumentar melhor a sua posição, Filipe II chamou o Duque de Parma e o seu exército para a Península Ibérica, o que culminou com a sua coroação como Filipe I de Portugal. O preço a pagar por este novo domínio foi o enfraquecimento da sua posição nos Países Baixos. Guilherme aproveitou a ausência temporária de um exército espanhol na região para consolidar a sua causa e procurar apoio no estrangeiro. O mesmo Guilherme procurou auxílio em França e iniciou negociações com Francisco, Duque de Anjou, irmão do rei Henrique III, que pretendia ver como soberano dos Países Baixos.
Segundo conta Catarina do Espírito Santo, no dia 3 de Julho de 1581, deu-se a separação [das freiras] tendo vários grupos seguido para a Europa Central que permanecia católica. Só um pequeno grupo das freiras, as do Convento de Alkmaar, decidiram seguir para a Península Ibérica, reclamando o seu estatuto de vassalas de Filipe II. Passaram por Santander e Bilbao antes de chegar a Lisboa (5 de Fevereiro de 1582), com paragem anterior na Arrábida. Eram acompanhadas desde Alkmaar por um inglês, seu padre confessor.
A 1 de Março de 1582, o padre confessor e as freiras que o acompanhavam chegaram ao mosteiro de S. Francisco de Xabregas, cabeça da província franciscana dos Algarves, o Provincial mandou que as freiras seguissem para o convento feminino da Madre Deus e proporcionou um encontro do padre confessor com Filipe II. Foi preparado então o sítio de Nossa Senhora da Glória para recebê-las; foram incorporadas na Província dos Algarves da Ordem de S. Francisco. Elegeram a sua primeira abadessa e mantiveram-se sobre a regra original de S. Francisco e Santa Clara. A 11 de Dezembro desse mesmo ano, as freiras flamengas foram chamadas à presença da família real. O Rei prometeu cuidar delas e tudo fazer para evitar que passassem as necessidades do passado, mantendo a sua política de favorecimento das ordens religiosas. Foram para o Convento da Anunciada de onde saíram numa procissão para o novo local com a participação dos músicos da Capela Real, acompanhadas por representantes da família Real e pelo Arquiduque Alberto, tendo sido benzidas pelo Bispo de Lisboa, D. Jorge de Ataíde [Espírito Santo, 1627, fl. 23 a 25.].
As Flamengas estiveram quatro anos no sítio de Nossa Senhora da Glória, mas abandonaram-no «por ser doentio». Decidiu-se a construção de um novo convento em Alcântara.
Alcântara era um local de grandes memórias para Filipe II, já que ali se travara, a 4 de Agosto de 1580, a batalha entre o general Duque de Alba e o Prior do Crato, com a vitória dos espanhóis.
O glorioso vale de Alcântara era frondoso e vistoso, com as ribeiras de Alcântara e do Alvito, a densa vegetação, a proximidade da praia e do rio. As terras que constituem actualmente Alcântara, eram atribuídas, desde o século XII, como recompensa, pelos reis aos nobres ou então a ordens religiosas ou militares. Ali ergueu casa um rico genovês — cuja lenda ainda hoje perdura no local: havia construído grande habitação pouco antes de perder a sua fortuna ao subsidiar D. Sebastião e a campanha militar de Alcácer Quibir. Antes, no século XV, as pedreiras em Alcântara, de onde se extraía pedra para cal e pedra de lioz, contribuíram muito para o desenvolvimento económico do local; também os pomares e vinhas junto à ribeira, e fornos de cal em Cata-que-farás dinamizaram a zona. Em 1520 foi construído um hospital na horta de D. Jerónimo de Eça (Horta Navia) para combater a peste que assolava a cidade. A peste não impediu que se fossem instalando quintas nobres ao longo do Tejo; Alcântara situava-se então junto aos limites da já formada Freguesia da Ajuda. A Ermida de Santo Amaro foi iniciada em 1549 e ficou a servir de sacristia, tendo levado muitos peregrinos ao local. Ali será erguido, além do Convento da Nossa Senhora da Quietação das Flamengas (1586), o Convento do Monte Calvário, em frente ao primeiro, fundado por D. Violante de Noronha — filha de D. Francisco de Noronha com Maria de Azevedo e mulher de Pedro da Costa, armeiro-mor, em 1617 — e que hoje é a Escola Superior de Polícia; e o Palácio Real de Alcântara, destruído pelo Terramoto de 1755. D. Filipe II nomeara D. Teodósio de Frias como arquitecto real deste Palácio, em 1603. O Palácio Real de Alcântara encontrava-se situado no lado direito da rua que sai do Arco para St.º Amaro, que em 1765 se denominava Rua de S. Joaquim, correspondendo à actual Rua 1.º de Maio, seguindo-se à então Rua Direita do Ferrador, actual Rua Direita de Alcântara. Tudo isto já sem falar da Tapada, que reparte a sua génese entre Filipe II e vindouros pós-Restauração.
Enquanto as novas instalações do Convento de Nossa Senhora da Quietação se preparavam, mudaram-se as freiras flamengas para o Convento das Carmelitas Descalças de Santo Alberto, a Carnide, tendo ocupado definitivamente o actual convento a 8 de Dezembro de 1586. A invocação escolhida foi a de Nossa Senhora da Quietação, orago evocativo da calma e da paz que procuravam para que nunca mais sofressem as inquietações do passado [BNL, Cod. 7784, fls. 3 a 7].
Uma das primeiras obras que se deteve na análise do imóvel foi o manuscrito de Luís Gonzaga Pereira (1840), autor ainda muito ligado ao Antigo Regime que atacou a Lei de Extinção das Ordens Religiosas, que assim se lhe refere: «a planta, alçado e corte desta igreja é feita ao rigor da Ordem, tendo por magestoso a ração, primeiro objecto em que deve pôr a mira o bom católico», concluindo: «finalmente, podemos afirmar não ser dos piores templos da Corte.» [Pereira, 1929, p. 335]
Ao falar da arquitectura, não podemos esquecer o papel da família Frias — o decano Nicolau, que foi o «patriarca de uma longa dinastia de arquitectos que chegaria à Restauração» e em especial Teodósio, seu filho, que teve direito a sepultura no Convento das Flamengas.
Segundo João Miguel Simões (cf. Bibliografia), a «disposição das sepulturas era a seguinte: a partir do arco triunfal a primeira era a de Simão Granaet, falecido a 12 de Abril de 1682, e de sua mulher e herdeiros. A segunda era a de Manuel da Silva Louzado, falecido a 17 de Fevereiro de 1683, de sua mulher, Isabel da Silva, e de seus herdeiros. A terceira era a de Teodósio de Frias, falecido a 11 de Novembro de 1634 e de sua mulher Lianor Pereira, que morreu a 18 de Dezembro de 1627. A quarta sepultura pertencia a Pedro Fernandes, pai de três religiosas “flamengas” e que morreu a 2 de Dezembro de 1627. A quinta sepultura era a mais antiga e estavam nela enterrados Jerónimo Anriques, falecido a 2 de Novembro de 1592 e sua esposa Grácia da Veiga que morreu a 29 de Junho de 1588. A sexta é de João Antunes e Domingas Roiz. Duarte Smith e Joana Galoa estavam na oitava. Por debaixo da pia baptismal ficava a de Álvaro de Castro e Bárbara de Tápia que possuíam uma sepultura brasonada, tendo esta benfeitora dourado o altar-mor em 1604.»
O Convento das Flamengas guarda hoje valiosos contributos do chamado «Barroco Nacional». A «Sala do Rosário», valiosa «obra de arte total» intacta, e a capela do velho flamengo João Van Vessem (ou Van-vassem ou Vanvassem), com pinturas de primeira água do pintor Bento Coelho da Silveira. Os painéis de azulejos da igreja constituem um valioso contributo do século XVIII. O claustro permanece intacto, mas já não existe a imagem de Nossa Senhora das Mercês que as freiras consideravam a responsável pela vitória dos portugueses nas Linhas de Elvas [Santa Maria, t. III, 1707, p. 400].
A igreja foi quase complemente remodelada no primeiro quartel do século XVII, assumindo a traça actual, fortemente inspirada num modelo vernáculo de grande simplicidade, não alheio ao contexto empobrecido do Portugal do século XVII.
D. Pedro II escolheu como sua residência o vizinho palácio de Alcântara e tornou--se Juiz perpétuo da Irmandade de Nossa Senhora da Quietação em 1694. Quando morreu deixou sepultado o seu coração na capela-mor da igreja das Flamengas estando ainda hoje o local assinalado por uma lápide.
Após a extinção das ordens religiosas, no século XIX, o convento e a capela passaram para a alçada da Real Irmandade de Nossa Senhora da Quietação, vocacionada para apoio às famílias de oficiais falecidos no Ultramar.
Como já se disse, quando saiu o decreto a extinguir a vida religiosa em Portugal, em 1834, havia cerca de 100 mosteiros de irmãs clarissas em Portugal. Com a morte da última religiosa todos os mosteiros passavam para a fazenda pública. Assim nos fins do século XIX foram encerrando todos os mosteiros.

A vida claustral das clarissas começou a organizar-se a partir de 1928, com algumas jovens que cresceram nos antigos mosteiros, conhecendo assim o carisma de Santa Clara.
FONTES/BIBLIOGRAFIA


FONTES

Arquivo Histórico do Ministério das Finanças
Caixa 1963, Convento das Flamengas
Maço 2029, Doc. N.º 5 Convento de Nossa Senhora da Quietação das Religiosas Flamengas de Alcântara, 1770.

Arquivo da Câmara Municipal de Lisboa
Obra n.º 15401

Arquivo Histórico da Irmandade de Nossa Senhora da Quietação
Compromisso da Real Irmandade de Nossa Senhora da Quietação sito no Convento das Religiosas Flamengas em Alcântara, Anno 1793.


BIBLIOGRAFIA

Dicionário Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal, no prelo. A primitiva redacção deste texto As Flamengas (da Ordem das Clarissas), serviu em versão condensada uma das entradas do mesmo.

FREIRE, João, Alcântara, apontamentos para uma monografia, Imprensa da Universidade, Universidade de Coimbra, Coimbra, 1929

ANDRADE, Maria Filomena Pimentel de Carvalho, As Clarissas em Portugal — Dimensões regionais de uma corrente de espiritualidade europeia (sécs. XIII-XIV) in Discursos. Língua, Cultura e Sociedade, III Série, n.º 1, Abril de 1999, pp. 109-127

DIAS, João José Alves, Ensaios de História Moderna, Editorial Presença, col. «Temas e Documentos», Lisboa, 1988

ESPERANÇA, ofm, Manuel da, História seráfica cronológica da Ordem de S. Francisco na Província de Portugal, I e II, Lisboa, 1656 e 1666

ESPÍRITO SANTO, Soror Catarina do, Relacion de como se ha fundado en Alcântara de Portugal junto a Lisboa, el muy devoto Monastério de Nossa Señora de la Quitacion, por la Catholica Magestad del Rey Nosso Señor Don Phelipe II de gloriosa memoria para las monjas peregrinas de Santa Clara de la primera Regla, venidas de la Província de Alemania Baxa, despues de los hereges las aver perseguido, y desterrado de tierrasen tierras por quatro vezes, Lisboa, Pedro Craesbeeck, 1627

FRANCO, José Eduardo, e MOURÃO, José Augusto, A Influência de Joaquim de Flora em Portugal e na Europa, Roma Editora, 2005

HESPANHA, António Manuel, A Nobreza nos Tratados Jurídicos dos séculos XVI a XVIII, Penélope, Fazer e desfazer História, n.º especial «Nobrezas e Aristocracia», 12, 1993, pp. 27-42

HONRADO, Alexandre, Isabel de Aragão a Rainha dos Templários, Guerra&Paz, 2009 (no prelo)

MACEDO, Jorge Borges de, A História de Portugal nos séculos XVII e XVIII e o seu autor, introdução à edição fac-similada da obra de Rebelo da Silva, Lisboa, Imprensa Nacional, 1971

MATTOSO, José, A nobreza medieval portuguesa no contexto peninsular, in: Actas das IV Jornadas Luso-Espanholas de História Medieval, Porto, separata da Revista da FLUP — série «História», vol. XV, II série, v.1, pp. 1019-1044

PÉREZ, Joseph, Filipe II e o Seu Império, Editorial Verbo, Lisboa, 2007

SCHAUB, Jean-Frédéric, Portugal na Monarquia Hispânica (1580-1640), Livros Horizonte, Lisboa, Maio 2001

SERRÃO, Joaquim Veríssimo, O Tempo dos Filipes em Portugal e no Brasil (1580--1668), Colibri HISTÓRIA, Lisboa, 2.ª edição, Março, 2004

SILVA, Rebello da, História de Portugal — Séculos XVII e XVIII, Edição fac-similada da obra de 1860 prefaciada por Jorge Borges de Macedo, brochado e com sobrecapa, 6 Volumes, INCM, Lisboa 1971

SIMÕES, João Miguel, O Convento das Flamengas ao Calvário, monografia histórico--artística, policopiado apresentado à Cadeira de Seminário do Curso de História, variante em História de Arte, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Junho de 1998
[1] Este artigo é uma refundição da entrada que assinei no Dicionário Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal.
As Flamengas, originárias da Flandres, deram nome à Igreja e Convento das Flamengas (também conhecido como Convento de Nossa Senhora da Quietação) que ainda hoje se encontra na freguesia portuguesa de Alcântara, no concelho de Lisboa, mais precisamente na Rua 1.º de Maio. Esta obra foi inicialmente fundada por Filipe II de Espanha com o intuito de receber monjas provenientes da Flandres, que nessa altura eram alvo de perseguições dos calvinistas.
Ao utilizarmos o termo Flandres não confundimos com Condado da Flandres, integrado no Ducado de Borgonha, em 1405. A Flandres é a parte Norte da Bélgica actual, onde se fala o neerlandês, de Nederlandse taal, ou popularmente, o holandês. Chama-se flamengos aos utentes desta língua.
[2] Em 1212, a jovem Clara de Assis seguiu o atraente exemplo de Francisco e viveu, dentro da clausura e na contemplação, o ideal de pobreza evangélica. Surgiu, assim, a Ordem das Clarissas, ou a Segunda Ordem Franciscana. A Ordem de Santa Clara entrou cedo em Portugal, onde já na segunda metade do século XIII existiam quatro mosteiros.
Os Franciscanos constituem uma ordem religiosa que, pela sua vocação e prática pastoral, se enquadra na forma de vida mendicante. Esta assenta na vivência da pobreza evangélica, não apenas a nível individual, mas como expressão comunitária. Assim, os irmãos (fratres) não possuem nada próprio, vivendo apenas da remuneração do seu trabalho quotidiano. O ideal cumpria-se na imitação de Cristo e no discipulado (sequela Christi) que os torna «pobres entre os pobres», pregando o evangelho para a salvação de todos, fiéis e infiéis, ajudando o clero e em estreita obediência à Igreja de Roma. Esta «forma de vida» acolhe também um ramo feminino, as Clarissas, que, seguindo um regra própria (inspirada pela sua fundadora: Clara de Assis), vivem, em mosteiros, uma vida de clausura e de serviço.
[3] Foram governadores durante o interregno, depois da morte do Cardeal D. Henrique, a 31 de Janeiro de 1580: o arcebispo de Lisboa, D. João de Mascarenhas, Francisco de Sá, D. João Tello de Meneses, Diogo Lopes de Sousa.
[4] Filipe II de Espanha, o primeiro a reinar em Portugal com esse nome, nasceu em 1527 e morreu em 1598. Foi um dos monarcas do mundo sobre o qual se produziram mais textos e comentários e cuja personalidade não deixa ninguém indiferente. À sua volta nasceu uma Lenda Negra — para usar a expressão consagrada, a partir de 1913 e da produção do texto de Julián Juderías, A Lenda Negra e a Verdade Histórica — gerada ainda em sua vida pelos seus adversários franceses, ingleses e holandeses, mas também portugueses e de muitas zonas da América onde as suas orientações políticas, económicas e ideológicas operaram mudanças significativas. Um dos exemplos sempre presentes é o do massacre de S. Bartolomeu, episódio sangrento na repressão dos protestantes franceses em França e que o papa da época, Gregório XIII, festejou com uma missa Te Deum e uma medalha comemorativa; hoje parece provado que Filipe II nem sequer estava informado sobre o facto.
[5] Para elucidação deste período, Cf. ÁLVAREZ, Fernando Bouza, Portugal no Tempo dos Filipe, política, cultura, representações (1580-1668), prefácio de António Manuel Hespanha, Edições Cosmos, Lisboa, Julho 2000
[6] Depois de alguns anos de calma — que se seguiram à paz de Cateau-Cambrésis —, emergem problemas graves a partir de 1567: descontentamento crescente nos Países Baixos e a acção de movimentos minoritários mas firmes na Península Ibérica, nomeadamente das minorias mouras. Apesar da vitória diante dos berberiscos em Malta em 1565, a hostilidade com os turcos persistia. O irmão bastardo do rei Filipe II, D. João de Áustria, comandando uma frota, obteve uma grande vitória, embora não definitiva, na batalha naval de Lepanto em 1571. No interior peninsular produziram-se sublevações mouriscas nas montanhas Alpujarras do antigo reino de Granada.
Enquanto isso, o herdeiro D. Carlos mostra uma personalidade desequilibrada (o príncipe das Astúrias, princípe herdeiro, Carlos Lourenço de Habsburgo, terá enlouquecido, facto a que não será alheia a consanguinidade que o gerara, e acabou por matar-se — ou por ser morto —, em 1568, poucos dias depois de ter completado 23 anos, na cela onde fora preso pelo seu pai, depois de ter tentado matar a madrasta, Isabel de Valois, por quem, dizem, o infante estava apaixonado).
Para tentar uma resolução política dos conflitos no centro da Europa, Filipe II encarrrega o Duque de Alba de restabelecer a ordem na Flandres, dando início a uma guerra que durará 80 anos.
Nota: Cateau-Cambrésis foi talvez o Tratado de maior importância do século XVI, pela duração dos seus acordos, que estariam vigentes por quase um século, imprimindo uma nova dimensão à política internacional. Foi assinado pela Espanha (Filipe II), pela França (Henrique II de França) e pela Inglaterra (Isabel I) e deu início a uma preponderância espanhola no Mundo. As conversações começaram na abadia de Cercamp, passando para o castelo de Cateau-Cambrésis, que deve o seu nome a uma comuna francesa situada a cerca de 20 quilómetros de Cambrai). Foi na sequência deste tratado que Filipe II contraiu matrimónio com Isabel de Valois, filha de Henrique II de França, o que contribuiu para a hegemonia espanhola.
Nota 2: Designava-se por Países Baixos um conjunto de territórios mais ou menos autónomos: Flandres, Hainaut, Brabante, Holanda, Zelândia, Gueldre, Artois.
[7] Cf. www.virtual-net.pt/FranciscanosVaratojo/osc.html
[8] Cf. Dicionário Histórico das Ordens e Instituições Afins em Portugal
[9] Vd. SERRÃO, Joaquim Veríssimo, O Tempo dos Filipes em Portugal e no Brasil (1580-1668), Colibri HISTÓRIA, Lisboa, 2.ª edição, Março, 2004
[10] PÉREZ, Joseph, Filipe II e o Seu Império, Editorial Verbo, Lisboa, 2007
[11] Cf. MACEDO, Jorge Borges de, A História de Portugal nos séculos XVII e XVIII e o seu autor, introdução à edição fac-similada da obra de Rebelo da Silva, Lisboa, Imprensa Nacional, 1971
AH, 2009

Ficha n160

REFORMAS

São muitas e importantes as reformas deste período:
Instrução- são fundados o Colégio dos Nobres e a Aula do Comércio; é reformada a Universidade de Coimbra.
Agricultura, Comércio e Indústria- é criada a Companhia dos Vinhos do Alto Douro; criam-se novas redes viárias; funda-se a Companhia do Grão-Pará e Maranhão; protegem-se as indústrias de lãs, sedas, vidros, papel, com novas fábricas na Covilhã, no Fundão e Portalegre.
Exército e Marinha – reorganização do Exército, sob a responsabilidade do conde Frederico Guilherme Ernesto de Schaumburg-Lippe; fortificaram-se praças de guerra, aumentou-se a frota guerreira e mercante com novas unidades.

Ficha n159

EXPULSÃO DOS JESUÍTAS

Portugal, por iniciativa do Marquês de Pombal, foi o primeiro país de onde foram expulsos os Jesuítas, mas as Cortes iluministas da Europa opuseram-se, de modo geral, aos ensinamentos e influência da Companhia de Jesus. Luis XV de França também expulsou a Companhia em 1763 do país seguido em 1767 por Carlos III de Espanha através da Pragmática Sanção. Pombal expulsa-os em 1759, sob acusação de estarem envolvidos na tentativa de regicídio do ano anterior.

Ficha n158

MALAGRIDA

Gabriel Malagrida, nascido em Mennagio a 5 de Dezembro de 1689 e garrotado e queimado na fogueira em Lisboa, a 21 de Setembro de 1761, foi um missionário italiano jesuíta, que atribuiu as causas do Terramoto de Lisboa a um castigo sobre a má governação do reino. O Marquês de Pombal não gostou da interpretação e desterrou-o para a cidade de Setúbal, onde Malagrida era visitado por muitas pessoas, entre as quais membros da família Távora. O suposto atentado de 3 de Setembro de 1758, e o processo dos Távoras que se lhe seguiu, proporcionou a Pombal a ocasião para perseguir Malagrida ainda com mais severidade: denunciou-o à Inquisição como falso profeta, impostor e, pior de tudo, herege - o que o levou à morte na fogueira.

Ficha n157

ASSASSINATO DOS TÁVORA
O Rei D.José I terá sido alegadamente alvo de um atentado, em 1758, saindo ferido num braço – por balas de dois tiros de bacamarte - , culpando-se da autoria do mesmo alguns fidalgos que se lhe opunham. Assim, são executados em Belém os Távora, família poderosa, das mais ilustres Casas nobiliárquicas portuguesas. Os Marqueses Velhos, Leonor e Francisco Assis, conde de Alvor e antigo vice-rei da Índia, o Marquês Novo Luís Bernardo, ainda Jerónimo de Athaíde, Conde de Atouguia, D. José Maria de Távora e José Mascarenhas da Silva e Lencastre, 8º Duque de Aveiro, foram culpabilizados, julgados, e condenados, em 1759. Subiram ao cadafalso e foram torturados barbaramente e executados por crime de lesa-Majestade.
Teresa de Távora, dita a Marquesa Nova, seria amante do rei, o que estaria, afinal, no centro deste processo.
A marquesa Velha, Leonor, era uma opositora declarada de Pombal e tinha ligações fortes com os Jesuítas, nomeadamente com o Padre Malagrida.

Ficha n156

DESPOTISMO ILUMINADO

O despotismo esclarecido, ou iluminado, ou ainda absolutismo iluminado é a forma de governar característica da Europa da segunda metade do século XVIII, que, a par com a exaltação do Estado e do poder do soberano, é também animada pelos ideais de progresso, reforma e filantropia do Iluminismo ( forma de pensar da época que dá origem ao termo Século das Luzes para designar este período).

Ficha n155

MARQUÊS DE POMBAL

Sebastião José de Carvalho e Melo, tornado Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, nasceu em Lisboa, 13 de Maio de 1699 e morreu em Leiria, a 8 de Maio de 1782. Foi secretário de Estado do Reino (primeiro-ministro) e uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.
O Marquês de Pombal representa o Despotismo iluminado em Portugal no século XVIII, pois viveu num período da história marcado pelo Iluminismo, tendo desempenhado um papel fundamental na aproximação de Portugal à realidade económica e social dos países do Norte da Europa. Coube-lhe avançar com várias reformas administrativas, económicas e sociais. Acabou com os autos de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter extinguído oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor "de jure" até 1821.
Foi um dos principais responsáveis pela expulsão dos Jesuítas de Portugal.

Ficha n154

TERRAMOTO DE 1755

O Terramoto de 1755 , ou Terramoto de Lisboa, ocorreu no dia 1 de Novembro de 1755 às 9:20 da manhã, resultando na destruição quase completa da cidade de Lisboa. O sismo sentiu-se em todo o reino e em muitos pontos da Europa. foi seguido de um tsunami e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente milharesde mortos. Teve um enorme impacto político e socio-económico na sociedade portuguesa do século XVIII.

Ficha n153

D.JOSÉ I O REFORMADOR

1750-1777
José Francisco António Inácio Norberto Agostinho de Bragança, cognominado O Reformador devido às reformas ocorridas no seu reinado, foi Rei de Portugal com o nome de José I, desde 1750 até à sua morte.
Casou em 1750 com Mariana Vitória de Espanha.
Seguindo o sinal dos tempos, deu grande protagonismo ao seu primeiro ministro, José de Carvalho e Melo, que terá como títulos Conde de Oeiras e, mais tarde, Marquês de Pombal. O reinado deste rei é profundamente marcado pelas mudanças, a começar pela que foi ditada pelo Terramoto de 1755 que destruiu a capital e se fez sentir violentamente por todo o Pais. José I, depois do Terramoto, viveu a maior parte da sua vida de rei num luxuoso complexo de tendas, montadas no Alto da Ajuda.
Foi alvo de atentados, o mais grave a 3 de Setembro de 1758 que conduziu a um processo violento contra os alegados autores do mesmo.
No seu reinado, foi abolida a escravatura na Metópole e os índios do Brasil declarados livres. Aboliu a distinção entre cristãos novos e velhos.

Ficha n152

CULTURA
O barroco é a grande manifestação na arquitectura, mobiliário, talha, azulejo e ourivesaria, com grande riqueza. Luís António Verney com o Verdadeiro Método de Estudar é o nome de destaque no campo filosófico e, no campo literário, António José da Silva.
Foi fundada neste reinado a Real Academia Portuguesa de História, a Academia de Portugal, em Roma, criada a Biblioteca da Universidade de Coimbra e introduzida a ópera italiana em Portugal.

Ficha n151

FOTOAH"Aqueduto do povo de Lisboa"

OBRAS PÚBLICAS IMPORTANTES


O ouro e os diamantes do Brasil permitem a João V empreender um importante conjunto de obras como o Convento de Mafra; a capela de São João Baptista; a Igreja das Necessidades; a Casa da Moeda; o Paço de Vendas Novas, a Basília Patriarcal de Lisboa, entre outras. A maior obra deste reino, porém, é feita a expensas públicas e demonstra uma generosidade ímpar, pois é feita em nome dos vindouros: o aqueduto das Águas Livres, que vai permitir levar mais água a muito mais lisboetas, que só a tinham racionada e em menor escala. O aqueduto, que traz água de Belas a Lisboa, tem 18065 metros, 127 arcos de cantaria e levou 66 anos a concluir.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Curso Superior de Ciências da Cultura

VAI FUNCIONAR NA ESCOLA SUPERIOR DAS ARTES DECORATIVAS
(Despacho nº 22637-Z/2007, publicado no Diário da República, 2ª série, nº 187, de 27 de Setembro de 2007)Estrutura do Curso:
A licenciatura em Ciências da Cultura propõe-se dotar os futuros licenciados com uma ampla estrutura de conhecimentos e competências na área dos saberes culturais, fornecendo-lhes os fundamentos teóricos de natureza filosófica e estética, exercitando a capacidade reflexiva e habilitando-os com os contributos multidisciplinares para a compreensão, a crítica e a capacidade de intervenção no fenómeno cultural.Nesta perspectiva integrada de aquisição de competências múltiplas e em sintonia com o "Memorando da UNESCO para a promoção das Ciências da Cultura", pretende-se com este curso formar profissionais capazes de responder aos novos desafios do mercado profissional no quadro do mercado europeu de trabalho, em que se exige mobilidade e adaptabilidade. Tais desafios implicam a diversificação e versatilidade de conhecimentos e competências fundados em bases culturais e científicas sólidas, de modo a habilitar o licenciado para o desenvolvimento da inovação e a capacidade de empreendimento.O Curso de Ciências da Cultura propõe-se alcançar os seguintes objectivos:Dotar os formandos de conhecimentos básicos e integrados no domínio da teoria e da prática culturais;Desenvolver competências de compreensão e análise das produções culturais, especialmente no âmbito dos estudos artísticos;Habilitar os futuros licenciados para o desempenho de tarefas de organização, promoção e dinamização de eventos culturais;Fundamentar a capacidade interventiva fundada na reflexão e na criatividade.
Instituições AssociadasA
PT: Associação Portuguesa de Tradutores
CNC: Centro Nacional de Cultura
CCCM: Centro Científico e Cultural de Macau
OLP: Observatório da Língua Portuguesa
SPA: Sociedade Portuguesa de Autores
Condições de Acesso:- ALUNOS COM O 12º ANO COMPLETO E EXAME NACIONAL DE ECONOMIA OU HISTÓRIA OU PORTUGUÊS
12º ano completoP
rova de ingresso de (04) Economia ou (11) História ou (18) Português
Realização de prova escrita de seriação
Comentário a um texto
Perguntas de aferição de conhecimentos de História da Cultura Portuguesa
Avaliação das motivações dos candidatos
Sugere-se a leitura e estudo da seguinte obra:
ANTUNES, Padre Manuel, sj, "História da Cultura", Tomo I, Volume IV da Obra Completa do Padre Manuel Antunes, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.(
Esta obra, recentemente editada, pode ser adquirida nos serviços de livraria da Fundação Calouste Gulbenkian).As candidaturas online só serão consideradas desde que cumpram as seguintes regras:Preenchimento e envio do boletim de candidatura onlineEntrega ou envio por correio, fax ou e-mail do comprovativo de pagamento da 1ª prestação da candidatura no valor de 50,00€. A Secretaria da Escola dará a respectiva quitaçãoPagamento do restante da candidatura no valor de 100,00€ no dia da realização das respectivas provas. A Secretaria da Escola dará a respectiva quitação.Nota: No caso de preferir pagar o emolumento de candidatura por transferência bancária, deve efectuá-lo para o NIB 0007 0101 00106150000 93. (Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva)________________________________________
CANDIDATOS MAIORES DE 23 ANOS SEM AS HABILITAÇÕES ACIMA REFERIDAS(Decreto-Lei nº 64/2006, de 21 de Março)Data de realização das provas especialmente destinadas a avaliar as capacidades para a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos (2008/2009): 12 de Maio, 16 de Junho e 21 de Julho. As provas terão início às 18,30 horas.>>
ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O ANO LECTIVO 2009/2010<<>

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ficha n150

BATALHA DE MATAPAN

Em resposta a um pedido do papa Clemente XI, D.João V enviou a Itália uma poderosa esquadra comandada pelo Conde do Rio Grande.
A armada, ao lado de outros navios de diferentes países, combateu os turcos na Batalha de Matapan.

Ficha n149

TRATADO DE UTREQUE

O Arquiduque Carlos desinteressa-se da sucessão da coroa espanhola, quando José I, imperador da Alemanha, morre cedendo-lhe o lugar. Para pôr termo à Guerra da Sucessão, reúne-se um congresso em Utreque, na Holanda, que reconhece os direitos de Filipe de Anjou, aclamando-o rei de Espanha em 1713.

Ficha n148

D. JOÃO V O MAGNÂNIMO
1706-1750

O filho de Pedro II e de Maria Sofia, condessa palatina de Neuburgo (1666-1699), João, o quinto desse nome a reinar em Portugal, recebeu os cognomes de O Magnânimo ou O Rei-Sol Português, em virtude do luxo de que se revestiu o seu reinado. Deram-lhe ainda o nome de Freirático, devido à sua conhecida apetência sexual por freiras (de algumas das quais chegou inclusivamente a gerar diversos filhos - como a Madre Paula, mãe de Gaspar de Bragança, um dos Meninos da Palhavã).
Nasceu em Lisboa em 22 de Outubro de 1689 e morreu em Lisboa em 31 de Julho de 1750 estando sepultado em São Vicente de Fora. Foi jurado príncipe herdeiro em 1º de Dezembro de 1697 . Tornou-se o 24º rei de Portugal em 9 de Dezembro de 1706. Morto seu irmão mais velho, do mesmo nome, em 30 de Agosto de 1688, tinha apenas um mês de vida quando foi proclamado príncipe herdeiro em acto solene na presença da corte, e por morte de seu pai, em Dezembro de 1706, subiu ao trono, solenemente aclamado no dia 1º de Janeiro de 1707. Em 1696 fora armado por seu pai cavaleiro da Ordem de Cristo.

Ficha n147

TRATADO DE METHWEN

No reinado de Pedro II assinou-se o Tratado de Methwen pelo qual era favorecida a entrada em Portual de lanifícios ingleses, sendo em Inglaterra facilitado o negócio do vinho do Porto (1703).

Ficha n146

RIQUEZAS DO BRASIL

É no reinado de D.Pedro II que são descobertas no Brasil riquíssimas minas de ouro e de diamantes.

Ficha n145

D.PEDRO II O PACÍFICO
1683-1706

O terceiro filho do rei João IV de Portugal e de Dona Luísa de Gusmão, foi Senhor da Casa do Infantado e cognominado de O Pacífico, porque foi sob a sua regência que se fez a paz com a Espanha (em 1668): assinou um tratado com Carlos II, rei de Espanha, pelo qual findava a Guerra da Restauração que durou cerca de 28 anos.
Regente de 1667 a 1683, governou portanto de facto de 1667 a 1706. Implacável com o irmão, além de o encarcerar em Sintra, deflagrou processo de anulação do casamento com Maria Francisca Isabel de Sabóia, alegando a não-consumação, por inaptidão do rei em sua relação com mulheres, obtendo de Roma e dissolução e casando-se com a cunhada.Feita a paz, a guerra voltou pouco depois aos desejos do novo rei: a Guerra da Sucessão, motivada pelo facto do rei de Espanha, Carlos II, morrer sem deixar sucessor. Para além de Pedro II, os pretendentes eram o Arquiduque Carlos da Áustria, e Filipe de Anjou, neto do rei de França Luís XIV.

Ficha n144

ABDICAÇÃO

O irmão do rei, D.Pedro, acaba por tomar conta do poder, ao qual chegou por golpe de Estado, em 1667; em 27 de Janeiro de 1668 depôs o irmão Rei Afonso VI de Portugal. Foi rei por morte deste em 12 de setembro de 1683.
Afonso IV, coagido a abdicar do governo do reino a seu favor, acabaria desterrado nos Açores, em Castelo de Angra, onde esteve cinco anos. De regresso, ficou em cativeiro, em Sintra, onde acabaria por morrer em 1683.

Ficha n143

D.AFONSO VI O VITORIOSO
1656-1683

Uma vez mais a sorte dita a escolha de um novo rei, desta vez é o infante D.Afonso que substitui o seu irmão mais velho, o Príncipe D. Teodósio que morre aos 19 anos. D. Afonso herdou inesperadamente o trono, mas não tinha saúde nem preparação para herdar o trono. Fora atingido aos três anos de idade por uma doença, , talvez uma meningoencefalite, que o tornara mentalmente incapaz Sucedeu mesmo assim ao seu pai João IV , em 1656, com treze anos de idade, mas sua mãe Luísa de Gusmão exerce a regência durante a sua menoridade, até 1662. Mereceu o cognome de O Vitorioso, por no seu reinado Portugal ter vencido a Espanha em numerosas batalhas da Guerra da Restauração; a isso muito se deveu a vinda a Portugal de um estratega alemão, o Conde de Schomburg. A esperança de que melhorasse com a idade adiou o problema que era ser o monarca incapaz para o exercício do poder supremo...

Ficha n142

AUXÍLIOS

D. João IV vai contar com apoios muito importantes, como os do jesuíta Padre António Vieira, que protagoniza a ideia da restauração no Brasil e os apoios à causa, na França e na Inglaterra.

Ficha n141

AS COLÓNIAS QUE REGRESSAM AO DOMÍNIO PORTUGUÊS

Em Marrocos, Tânger é reconquistada; Angola e São Tomé regressam ao reino, graças à acção de Salvador Correia de Sá. Regressam no Brasil, Pernanmbuco, Baía e Maranhão. Perdem-se, apesar de algumas tentativas em contrário, Ceuta, Malaca e Ceilão(actual Sri Lanka), para sempre.

Ficha n140

CONSPIRAÇÃO CONTRA O NOVO REI

Uma conspiração ameaçou a vida do novo rei, mas foi descoberta e sentenciados à morte os principais conspiradores: o conde de Armamar, o duque de Caminha e o marquÊs de Vila Real. Outros foram condenados a prisão perpéta e a duquesa de Mântua foi expulsa do reino em 1641.
Uma segunda conspiração foi protagonizada por Domingos Leite que, descoberto, foi executado.

Ficha n139

ACLAMAÇÃO NA RUA E EM CORTES DE D.JOÃO IV

No dia 15 de Dezembro de 1640, em Lisboa, D. João IV foi alçado e aclamado solenemente. A cerimónia decorreu num grande teatro de madeira armada, revestido de preciosos panejamentos, contíguo à engalanada varanda do Paço da Ribeira.
As cortes reuniram-se apenas em 1641, para confirmar a proclamação de João IV. Na mesma altura, aprovaram-se as medidas de segurança e de defesa do Reino face à hipótese óbvia de guerra com Espanha.

Ficha n138


V

4ªDinastia, de Bragança ou Brigantina

D.JOÃO IV O RESTAURADOR
1640-1656


«De seu aio D. Diogo de Melo recebeu aprimorada educação e o gosto pela montaria; e do doutor Jerónimo Soares uma boa preparação nas letras clássicas e em teologia. Também se deu a estudos de música, ouvindo as lições do inglês Robert Tornar, que o duque D. Teodósio contratara para mestre da capela de Vila Viçosa.» É o que podemos ler na «História de Portugal» (volume V), de Joaquim Veríssimo Serrão.
Curiosamente, João IV era filho de uma dama espanhola, Ana de Velasco y Girón, e de Teodósio II, sétimo Duque de Bragança ;
herdou o senhorio da casa ducal em 1630 e foi o 8º duque de Bragança, 5º duque de Guimarães e terceiro duque de Barcelos. Por via paterna era trineto do rei Manuel I de Portugal, através da duquesa D. Catarina, infanta de Portugal, sua avó paterna. Ficou para a história como O Restaurador (por haver sido restaurada a independência nacional) ou O Afortunado (por aparentemente, só se ter decidido a reinar após a intervenção da mulher, D.Luísa de Gusmão, também ela espanhola, de Sanlucar de Barrameda, e de uma das principais família de Espanha, a Casa de Medina Sidónia).

Ficha n137

A REVOLUÇÃO DE 1640

A Revolução de 164O, ou Restauração da Independência é a designação dada à revolta iniciada em 1 de Dezembro de 1640 contra a dinastia filipina, para o restabelecimento da independência do Reino de Portugal por parte, e que vem a culminar com a instauração da Dinastia Portuguesa da casa de Bragança. Algumas dezenas de fidalgos, chefiados pelo Dr.João Pinto Ribeiro, depois de conspiraram no palácio de D.Antão de Almada, dirigiram-se ao paço real onde vivia a vice-rainha, a Duquesa de Mântua, e mataram o seu secretário português, Miguel de Vasconcelos. Proclamaram rei de Portugal o oitavo Duque de Brangança, D.João IV.

Ficha n136

REVOLTA DE ÉVORA OU REVOLTA DO MANUELINHO OU ALTERAÇÕES DE ÉVORA

Várias manifestações portuguesas contra os espanhóis vão-se sucedendo. Uma das mais importantes ocorreu em Évora, em 1637, reprimida violentamente: a revolta de Évora ou revolta do manuelinho ou alterações de Évora (começou quando o povo se amotinou em Évora contra os impostos decretados pelo governo em Lisboa). A revolta alargou-se a Portel, Sousel, Campo de Ourique, Vila Viçosa, Faro, Loulé, Tavira, Albufeira, Coruche, Montargil, Abrantes, Sardoal, Setúbal, Porto, Vila Real e Viana do Castelo.

Ficha n135

CRISE

O avanço dos ingleses e dos holandeses, deixava marcas e perdas profundas: no Brasil, Pernambuco e Recife; em África, Arzila, Angola, São Tomé e S.Jorge da Mina; no Oriente, Ormuz, Mombaça e Molucas.

Ficha n134

FILIPE III (IV DE ESPANHA) O GRANDE
1621-1640

O 20º monarca de Portugal reinou durante 44 anos, muito difíceis, já que a Espanha esteve quase sempre envolvida em guerras violentas. Chamaram-lhe El Gordo, El Grande, El Rei Planeta, aludindo à grandeza do seu território.Em 1621, favoreceu a divisão do Brasil, em dois Estados: o Estado do Brasil, com as capitanias ao sul do Rio Grande do Norte actual, e o Estado do Maranhão, do cabo São Roque à Amazónia.
Foi, como Filipe III, rei de Portugal, de Nápoles, da Sicília, rei titular de Jerusalém, rei da Sardenha. Príncipe das Astúrias. Rei dos Países Baixos, foi Duque de Milão, Conde da Borgonha e Conde de Charolais, e Conde de Artois. Foi aclamado rei da Espanha em 31 de Março de 1621 aos 16 anos.

Ficha n133

AS ORDENAÇÕES FILIPINAS

Em 1603, o rei imprime uma nova colecção de reis, reunidas sob o nome genérico de Ordenações Filipinas. Funda o Tribunal de Relação do Porto. Cristóvão de Moura, português que representara Filipe I nas cortes de Almeirim é agora o primeiro governador de Portugal sob domínio filipino.

Ficha n132

OS ERROS ADMINISTRATIVOS

Portugal deixou de ser uma prioridade na prática administrativa espanhola. Os erros administrativos acumulam-se, e os territórios portugueses não continentais sofrem ameaças inglesas e holandesas.

Ficha n131

FILIPE II (III DE ESPANHA) O PIO

1598-1621Foi rei aos 20 anos, em 13 de setembro de 1598: e como Filipe II Rei de Nápoles, da Sicília, Rei titular de Jerusalém, Rei da Sardenha, Filipe II Rei de Portugal. Foi ainda Duque de Milão, Conde de Artois, Conde da Borgonha, Conde de Charolais. Embora educado pelo seu pai para governar um império, não mostrou para isso o menor talento.

Ficha n130

SEBASTIANISMO

Sem certezas sobre o desaparecimento de D.Sebastião em Alcácer-Quibir, já que o seu copo nunca foi encontrado, os portugueses alimentam a fantasia popular do seu regresso. Vários são os que se apresentam como o rei Desejado – e há mesmo um caso, o de Mateus Álvares, também conhecido como Rei da Ericeira, que fazendo-se passar por D. Sebastião, coroou a mulher como rainha, distribuiu recompensas e aplicou castigos e concedeu títulos de nobreza. Foi executado e os seus apoiantes acabaram nas galés.

Ficha n129

A INVENCÍVEL ARMADA

Filipe I decide atacar a Inglaterra, reunindo os melhores navios portugueses e espanhóis, sob a designação de Invencível Armada. Sofre derrota pesada, em 1588.

Ficha n128

O PRIOR DO CRATO

D.António Prior do Crato, agora na Ilha Terceira, procura auxílio junto de soldados franceses e ingleses, que ali conseguiu juntar. Uma esquadra espanhola trava com esta força uma batalha naval, em Vila Franca, São Miguel, Açores em 1582, derrotando o pretendente ao trono português. O Prior do Crato ainda pediu apoio a Inglaterra e voltou ao reino, sendo uma vez mais repelido (1589).Exilou-se em França, onde morreu(1595)

Ficha n127

CORTES DE TOMAR

Nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha é aclamado rei, jurando os foros, privilégios e mais franquias do Reino de Portugal, sobre o qual reinará como Filipe I. Durante seis décadas Portugal ficou privado de rei natural, sob o que se tem designado por "domínio filipino".
Filipe jurou governar o reino de acordo com os seus costumes.

Ficha n126

IV- 3ªDinastia, Filipina

FILIPE I (II DE ESPANHA ) O PRUDENTE
1580-1598

Filho do Imperador Carlos V e de Isabel de Portugal, governou um vasto território onde, para além da enorme extensão que, na época, Portugal representava, se contava originalmente Aragão, Castela, Catalunha, Ilhas Canárias, Maiorca, Navarra, Galiza e Valência, Rossilhão, Franco-Condado, Sardenha, Córsega, Sicília, Milão, Nápoles, além de territórios ultramarinos espanhóis na África (Orão, Túnis, e outros), na América e na Ásia (Filipinas). Carlos V cedeu-lhe os Países Baixos e o condado da Borgonha. Rei de Inglaterra (1554-1558), Regente de Espanha desde 1543 tornou-se em 1555 rei da Espanha, conde de Artois, conde da Borgonha e conde de Charolais por 42 anos. A partir de 1552 já se havia tornado rei como Filipe I de Nápoles, da Sicília, Sardenha, rei apenas titular de Jerusalém e duque de Milão. Em 1555 foi também rei dos Países Baixos; em 1556 conde de Holanda, conde da Zelândia, Conde de Ostrevant, Duque de Gueldres, e a partir de 1580 será também o rei de Portugal, com o nome de Filipe I. A sua morte coincide com o fim do poder espanhol na Europa. A sua mais significativa vitória deu-se contra os turcos otomanos na Batalha de Lepanto, em (1571).

Ficha n125

BATALHA DE ALCÂNTARA

A Batalha de Alcântara, em 25 de Agosto de 1580, parece ter ditado numa escassa meia hora o futuro de Portugal, que duraria 60 anos a mudar. A batalha opôs as forças espanholas, lideradas pelo duque de Alba, Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, as forças portuguesas, lideradas por António Prior do Crato. O duque de Alba com a armada espanhola, vinda de Cádis e que fundeou em Cascais, localidade que se rendeu, seguida das fortalezas de São Julião, de Belém e da Caparica. As tropas que o prior de Crato reunira esperavam-no na margem esquerda da ribeira de Alcântara, mas a ala esquerda das tropas castelhanas rapidamente desfez as instáveis fortificações portuguesas. Ferido o Prior do Crato, foi obrigado a abandonar a luta.
O conde de Alba, por esta vitória, recebeu louvores de Filipe I que o nomeou Condestável de Portugal.

Ficha n124

LUÍS VAZ DE CAMÕES

A mais antiga biografia de Luís de Camões, foi escrita por Pedro de Mariz e impressa
em 1613 na edição d’Os Lusíadas comentados por Manoel Correa, e reimpressa na edição das
Rimas de 1616. Muitas outras e contraditórias se sucederam.
Sabemos hoje, sem equívocos, que foi o maior poeta do seu tempo e um dos maiores de sempre da História do Mundo.
Camões morre com a independência, a 10 de Junho de 1580. Morre na miséria, em Lisboa (Santana).
Escreveu o seu maior poema, Os Lusíadas, publicado em 1572, sob protecção do rei D.Sebastião, para falar dos grandes feitos portugueses. A epopeia humanista narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia.

Ficha n123

A JUNTA DOS GOVERNADORES

D.Henrique morreu no dia 31 de Janeiro de 1580, quinze dias depois de iniciadas as Cortes de Almeirim. Dias antes, nomeara uma Junta de cinco governadores para administrar o reino. Dela faziam parte D.João Telo de Meneses, D.João de Mascarenhas, D.Jorge de Almeida (Arcebispo de Lisboa), Fransisco de Sá de Meneses e Diogo Lopes de Sousa.

Ficha n122

CORTES DE ALMEIRIM

As Cortes de Almeirim de 1580, realizadas no Convento de São Francisco e iniciadas a 11 de Janeiro de 1580, questionavam o direito da nomeação de sucessor ao trono de Portugal: o cardeal-rei D. Henrique ou o povo? D. Diogo de Salema, vereador da cidade de Lisboa e provedor da Saúde, instigava o povo para que se afirmasse nesta decisão.
D. António Pinheiro, bispo de Leiria, comunica às cortes que el-Rei está decidido a fazer um acordo com Filipe II de Espanha; a assembleia concorda. Em Santarém, a resolução do rei inquietava os representantes do povo que designavam que o presidente desta assembleia, Febo Moniz, iria pedir audiência ao cardeal. A 16 de Janeiro, o cardeal recebe Febo Moniz numa entrevista onde o Cardeal recusa uma presumível aliança com D. António, Prior do Crato. Henrique assegura que D. Filipe II de Espanha prometia grandes e proveitosos privilégios ao reino. Filipe tinha-se feito representar por um emissãrio, Cristóvão de Moura.
Febo Moniz deixa a entrevista com o Cardeal, atribuindo-se-lhe a frase de despedida:«antes morrer todos do que obedecer a el-rei de Castela».

Ficha n121

ACLAMAÇÃO


PRETENDENTES
A disputa do trono português terá depois como pretendentes D. Catarina de Médicis, rainha da França, que se dizia descendente de D. Afonso III; D. Catarina, duquesa de Bragança e sobrinha do Cardeal D. Henrique; Manuel Felisberto, duque de Sabóia e D. António, Prior do Crato, rilho natural do Infante D.Luís, ambos sobrinhos do rei; Alberto de Parma; e Filipe II de Espanha.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ficha n120

D.HENRIQUE O CASTO

1578-158 Henrique, o irmão mais novo do Rei D. João III, era o quinto filho varão de D. Manuel I e da sua segunda mulher Maria de Aragão. Foi Arcebispo de Braga, primeiro Arcebispo de Évora, Arcebispo de Lisboa e ainda Inquisidor-mor antes de receber o título de Cardeal, com a designação dos Santos Quatro Coroados (1546). Chegou a ser apontado como possível Pap, nos dois conclaves de 1555. Inclusivamente, o seu irmão João III de Portugal pediu ao cunhado, o imperador Carlos V que favorecesse a ascensão do seu irmão ao sólio pontifício, através da compra dos votos do colégio dos cardeais.
D. Henrique nunca aceitou a hipótese de nomear o Prior do Crato, outro seu sobrinho, herdeiro no trono, pois não reconhecia a legitimidade de D. António. Por consequência, após a sua morte, de facto D. António subiu ao trono mas não conseguiu mantê-lo, perdendo-o para seu primo Filipe II de Espanha, na batalha com o duque de Alba.
O Rei-Cardeal morreu durante as Cortes de Almeirim de 1580, deixando uma Junta de cinco governadores na regência: o arcebispo de Lisboa D. Jorge de Almeida, D. João Telo, D. Francisco de Sá Meneses, D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas.
Em Novembro de 1580, Filipe I de Portugal enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de Portugal, com a condição de que o reino e seus territórios ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.

Ficha n119

BATALHA DE ALCÁCER-QUIBIR

A Batalha de Alcácer-Quibir, ainda hoje conhecida em Marrocos como a "batalha dos três reis", travou-se no Verão de 1578, numa campo junto da aldeia de Suaken, em al-Kasr al-Kebir ou Alcácer-Quibir, opondo os Portugueses liderados por D. Sebastião, e os mouros de Marrocos. Dela resultou a derrota dos portugueses e o desaparecimento do próprio D. Sebastião, precipitando a crise dinástica de 1580, e o nascimento do mito do Sebastianismo. Os três reis seriam Sebastião e os sultões Mulay Mohammed e Mulei Moluco.
Vai suceder a Sebastião o seu tio-avô, Cardeal D.Henrique, que morre dois anos depois.

Ficha n118

CONQUISTA DE DAMÃO

D.Constantino de Bragança, vice-rei da Índia, conquista, durante a regência de D.Catarina, a praça de Damão, em 1559.
Na mesma altura, defendia Álvaro de Carvalho a fortaleza de Mazagão.
Outras praças ameaçadas, como as de Goa, Chaul e Chale, foram defendidas por D.Luís de Ataíde, D.Francisco de Mascarenhas e António Chale(1570).

Ficha n117

D. SEBASTIÃO O DESEJADO
1557-1578

D.Sebastião sobe ao trono com 14 anos. Cresceu educado por Jesuítas e tornou-se num adolescente de grande fervor religioso, que distribuía o seu tempo entre jejuns e caçadas. Rodeado de bajuladores, Sebastião desenvolveu uma personalidade mimada e teimosa. Cedo deixou-se cativar pela ideia de empreender uma nova cruzada contra os mouros do Norte de África e começou a preparar uma expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. O seu tio, Filipe II de Espanha, recusou-se participar, pois considerava uma loucura tal expedição. Filipe adiou para depois da campanha o casamento de Sebastião com uma das suas filhas.
O exército português desembarcou em Marrocos em 1578 e, ignorando os conselhos dos seus generais, Sebastião rumou imediatamente para o interior. Tinha 24 anos de idade. E nunca mais voltou.

Ficha n116

REGÊNCIA DO REINO
1557-1568

Quando D.João III morre, já não era vivo nenhum dos seus nove filhos! O seu sucessor e neto é D.Sebastião que, à data, tem 3 anos de idade. O pai, princípe João de Portugal, morrera dias antes do seu nascimento.
A regência cabe primeiro à avó, D.Catarina da Áustria, princesa de Espanha, depois ao seu tio-avô, o Cardeal D.Henrique, de Évora.
Sebastião era um herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, que ficou conhecido desde cedo como O Desejado.

Ficha n115

MACAU

Durante o reinado de D.João III, Portugal adquiriu novas colónias na Ásia - Chalé, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau. Esta última em regime especial: confiada pela China, a troco dos serviços valiosos prestados pelos portugueses contra os piratas malaios. Macau é cedido aos portugueses pelo imperador chinês Chi-Tsung, como recompensa dos serviços prestados na luta contra os piratas no Mar Amarelo.Em 1557, ano da morte do rei, estabelecem os portugueses a Colónia de Macau.

Ficha n114

PERDA DE PRAÇAS EM ÁFRICA

Durante o reinado de D.João III são abandonadas as praças de Safim, Azamor ( 1542), Alcácer Ceguer e Arzila ( 1549).

Ficha n113

COMPANHIA DE JESUS

A Companhia de Jesus (em latim, Societas Iesu, abreviadamente S. J.), cujos membros são conhecidos como jesuítas, é uma ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo de estudantes da Universidade de Paris, grupo liderado pelo basco Íñigo López de Loyola (Santo Inácio de Loyola). A Companhia foi introduzida em Portugal em 1540, a pedido de D.João III.

Ficha n112

REFORMA DA UNIVERSIDADE

João III vai proceder à reforma da Universidade, não só no contexto da afirmação do poder real como também dentro das novas perspectivas do Humanismo Cristão.

No tempo de D. Manuel, e mesmo antes, havia muitos "bolseiros régios", que se dirigiram para os colégios de Paris. No tempo de D. João III este movimento de migração cultural foi mais intenso. Muitos deste bolseiros instalaram-se no Colégio de Santa Bárbara, acabando por ser ali professores - o que foi o prólogo da reforma da Universidade. Foi no seu reinado que se criaram novas bolsas de estudo no estrangeiro e o Colégio das Artes.
Por ordem do próprio rei, inicia-se em 1527 a reforma do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, um frade da Ordem de São Jerónimo, Frei Brás de Braga que cria uma rede de colégios à sua volta com funções de ensino e de recolhimento de estudantes sustentados pelo mosteiro.
No seu reinado,apareceu o poeta Luís Vaz de Camões, como também Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e João de Barros. Na náutica surgiu Pedro Nunes, na botânica Garcia da Orta, na arquitectura Francisco de Holanda, Miguel de Arruda, João de Castilho. Outros nomes destacáveis foram os de Luís Vives, André de Resende, Damião de Góis, João de Ruão e Nicolau Chanterrene. Erasmo dedicou-lhe uma de suas obras e o rei teria pensado em contratá-lo como professor da nova universidade de Coimbra, criada em 1537.

Ficha n111

INQUISIÇÃO

A bula papal de 23 de Maio de 1536 estabelece em Portugal o Tribunal do Santo Ofício ou Inquisição. Pedida inicialmente por D. Manuel I, para cumprir o acordo de casamento com Maria de Aragão, foi instituída em Portugal pelo Papa Clemente VII, e pela bula Cum ad nihil magis de 17 de dezembro de 1531 -, mas um ano depois, o Papa anulou a decisão. Em 1533 concedeu a primeira bula de perdão aos cristãos-novos portugueses. D. João III, filho da mesma D. Maria, renovou o pedido e o novo Papa, Paulo III , cedeu, em parte por pressão de Carlos V de Habsburgo.
Em 23 de maio de 1536, por outra bula em tudo semelhante à primeira, foi instituída a Inquisição em Portugal. A primeira sede do Tribunal foi em Évora, onde se achava a corte.