Ficha n110

COLONIZAÇÃO DO BRASIL

Apesar da Índia significar riqueza – em especiaris, chá, sedas - , João III dá especial atenção ao Brasil, criando as capitanias: a divisão da terra em fracções, medidas ao longo da costa, distribuidas por colonos que pagavam direitos à Coroa e que eram brigados a cultivar, povoar, defender e evangelizar o território (1530). Mais tarde cria um governo geral e nomeia Tomé de Sousa como governador. Este instala-se na Baía e cria a cidade de S.Salvador, primeira capital do Brasil (1549).

Ficha n109

D. JOÃO III O PIEDOSO
1521-1557

Natural de Lisboa, filho do rei Manuel I de Portugal e de Maria de Aragão, princesa de Espanha, filha dos Reis Católicos, João III teve a herança de um reino vastíssimo mas disperso: Portugal possuía cidades fortificadas no Norte de África, marinheiros nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, espalhando-se pelas ilhas atlânticas, pelas costa ocidental e oriental de África, Índia, Malásia, Ilhas do Pacífico e possivelmente Austrália, China e Brasil. Durante o seu reinado Portugal adquiriu novas colónias na Ásia - Chale, Diu, Bombaim, Baçaim e Macau.
Na câmara da Rainha sua mãe, parturiente, Gil Vicente em trajes de vaqueiro representou o Auto da Visitação ou Monólogo do Vaqueiro, a sua primeira peça. João teve casa própria após a morte da mãe em 1517 e estava-lhe destinada em casamento Leonor de Áustria, que depois foi escolhida para ser a terceira mulher do próprio pai, apesar de ser noiva destinada ao filho. Subiu ao trono aos 19 anos numa Europa muito marcada pela juventude dos seus monarcas: o imperador Carlos V tinha 22 anos, Leonor, a viúva de seu pai tinha 23 anos, Francisco I de França 28 anos, Henrique VIII da Inglaterra tinha 31 anos.

Ficha n108

MONUMENTOS

Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém; Capelas incompletas do Mosteiro da Batalha; Castelo da Pena, em Sintra; Convento de Cristo, em Tomar.

Ficha n107

CULTURA E REFORMAS

Manuel I procedeu à reforma das ordenações afonsinas e dos Estudos Gerais; criou novos planos educativos e bolsas de estudo. Na sua corte surge também Gil Vicente, o pai do teatro português, e Duarte Pacheco Pereira, o geógrafo, autor do Esmeraldo de Situ Orbis - obra de "cosmografia e marinharia". Apesar do título em latim, foi escrita em língua portuguesa, contendo as coordenadas geográficas de latitude e longitude de todos os portos conhecidos no seu tempo.
Manuel cria o estado moderno ao apostar profundamente na reforma do reino. Para tal, publica Forais Novos, reformando os antigos, a Leitura Nova (1504-1522), a compilação e revisão da legislação, consagrada pelas Ordenações Manuelinas (ao novo Código de leis, acrescenta as disposições promulgadas deste D.Afonso V) , a reorganização da Fazenda Pública e a estruturação administrativa daí resultante.

Ficha n106

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

A aparatosa embaixada em 1513, chefiada por Tristão da Cunha, enviando ao papa Leão X presentes magníficos como pedrarias, tecidos e jóias, vai guindar D.Manuel à consagração europeia. Estas embaixada incluia animais raros na época, um cavalo persa, um elefante, que passaria a ser a mascote do papa, e sobretudo um rinoceronte trazido das Índias.

Ficha n105

AFONSO DE ALBUQUERQUE

D. Afonso de Albuquerque, militar e político português, é uma das principais figuras da expansão portuguesa no Oriente e da afirmação de Portugal como grande potência asiática. Foi estribeiro-mor do rei D. João II, a quem em 1476 acompanhou nas guerras com Castela. Esteve nas praças-fortes de Arzila e Larache (Marrocos) em 1489, e em 1490 fez parte da guarda de D. João II, tendo voltado novamente a Arzila em 1495. De regresso ao reino de Portugal, foi bem acolhido por D. Manuel, que voltou a enviá-lo em 1506 ao Oriente, em companhia de Tristão da Cunha, nomeando-o governador da Índia na sucessão do vice-rei D. Francisco de Almeida. Conquistou vários portos em Omã, incluindo a riquíssima cidade de Ormuz, que se tornou tributária de Portugal. Em 1510 tomou Goa ao turco Hidalcão e em 1511 conquistou Malaca, abrindo aos portugueses o acesso às especiarias das ilhas Molucas e ao comércio com a China. Com a construção da fortaleza de Ormuz em 1515, concluiu o seu plano de domínio dos pontos estratégicos que permitiam o controlo marítimo e o monopólio comercial da Índia, onde se dedicou à administração e diplomacia, a concluir a paz com Calecute, a receber embaixadas de reis indianos e a consolidar e embelezar Goa. Por meio do casamento de portugueses com mulheres indígenas pretendeu criar uma raça luso-indiana.

Ficha n104

D.FRANCISCO DE ALMEIDA

D. Francisco de Almeida doi o primeiro vice-rei da Índia, com todos os poderes para que pudesse impor o domínio português no Oceano Índico. D Francisco partiu de Belém em 25 de março de 1505 para o porto de Dale, na costa da Guiné; chegou a Quiloa em 23 de julho, véspera do dia do Apóstolo Santiago; coroou Mohamed Anconij Rei de Quiloa «em cadafalso emparamentado de panos de ouro e de seda, pondo-lhe coroa de ouro na cabeça» e fê-lo jurar de ser leal aos Reis de Portugal e ser seu vassalo, e o coroou e lhe entregou o Reino, do que mandou fazer instrumentos púbicos em língua arábica e portuguesa.
Tomou Quíloa e incendiou Mombaça, na costa oriental de África; na Índia, construiu fortalezas em Cananor e Cochim. Num ataque dos mouros em Chaul (1508) é morto seu filho D. Lourenço de Almeida. Francisco obtém a seguir uma inequívoca vitória naval da Batalha de Diu sobre o sultão do Egipto Mir Hocem.

Ficha n103

FERNÃO DE MAGALHÃES: A VIAGEM DE CIRCUM-NAVEGAÇÃO

Foi ao serviço de Carlos V, rei de Espanha, que o navegador português Fernão de Magalhães comandou, em 1519, a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Esta viagem havia de ser concluída, em 1522, pelo seu companheiro de aventura, Sebastião del Cano ou Elcano, pois Magalhães morreu nas Filipinas, no curso da expedição Foi no entanto o primeiro a atravessar o estreito hoje conhecido pelo seu nome (o Estreito de Magalhães) e o primeiro europeu a navegar no Oceano Pacífico.

Ficha n102

CAMINHO MARÍTIMO PARA A ÍNDIA - VASCO DA GAMA

D. Manuel I confiou a Vasco da Gama o comando da frota, composta por quatro pequenas embarcações, que, em 8 de Julho de 1497, zarpou do rio Tejo em demanda da Índia. O projecto para o caminho marítimo para a Índia foi. todavia, delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias.
Vasco da Gama nasceu em Sines, 1469 e morreu em Cochim, Índia, 24 de Dezembro de 1524; foi um dos mais notáveis navegadores e exploradores portugueses da Época dos Descobrimentos, comandante dos primeiros navios a navegar directamente da Europa para a Índia. Vasco da Gama era Filho do alcaide-mor de Sines, Estêvão da Gama e irmão de Paulo da Gama, que o acompanhou na viagem. ( Paulo da Gama, irmão mais velho de Vasco, veio a morrer no fim da viagem de regresso e foi sepultado na ilha Terceira, nos Açores, na Igreja de Nossa Senhora da Guia do Convento de São Francisco de Angra ).
A armada aportou em 2 de Março de 1498, a Moçambique, depois de haver enfrentado rigorosos e de Vasco da Gama ter anulado uma revolta dos marinheiros que o acompanhavam.
Em 17 de Abril de 1498, avistaram Calecute. Estava assim estabelecida a rota no Oceano Índico e descoberto o caminho marítimo para a Índia.

Vasco da Gama entrega a carta do rei Dom Manuel I de Portugal ao Samorim de Calecute.
Vasco da Gama regressou a Lisboa no verão de 1499, um mês depois de seus companheiros, pois teve de sepultar o irmão mais velho, Paulo da Gama, que adoecera e acabara por falecer na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores.

Ficha n101

DESCOBERTA DO BRASIL

Pedro Álvares Cabral nasceu em Belmonte, 1467 ou 1468 e morreu Santarém, 1520 ou 1526) . Fidalgo e navegador português, foi o comandante da segunda viagem marítima da Europa à Índia, na qual chegou ao Brasil (por esta data já se tinha, na Europa, o conhecimento da existência de terras a leste da linha do Tratado de Tordesilhas .)Cabral tomou posse, em nome da Coroa portuguesa, da nova terra, a qual denominou de "Ilha de Vera Cruz", e enviou uma das embarcações menores com a notícia, inclusive a Carta de Pero Vaz de Caminha, de volta ao reino.

Ficha n100

MATANÇA DOS JUDEUS

Em 1506, houve em Lisboa um levantamento popular contra os chamados cristãos-novos, com origem na Igreja de S.Domingos: a célebre matança dos cristãos-novos. Foram milhares, os judeus mortos. Ao Massacre de Lisboa seguiram-se as conversões forçadas dos judeus e, depois, confiou ao seu embaixador em Roma a missão secreta de pedir ao papa, em 1515, a permissão de estabelecer a Inquisição em Portugal.

Os judeus e os moiros habitavam bairros especias: as Judiarias e a Mourarias.

Ficha n99

EXPULSÃO DOS JUDEUS E DOS MOUROS

D.Manuel mantou expulsar os judeus e os mouros em 1496, caso não quisessem converter-se ao cristianismo. Aos que concordassem, chamar-se-ia cristãos-novos. Esta atitude visava agradar à sua mulher Isabel, e aos sogros, os reis católicos.

Ficha n98

MANUEL I o VENTUROSO
1495-1521

Dom Manuel I tornou-se o 14.º rei de Portugal, sendo à partida improvável que tal acontecesse. Porém, o vazio deixado por uma série de mortes, fez com que este filho do infante D. Fernando de Portugal, duque de Viseu, e de Beatriz, na época chamada D. Brites, princesa de Portugal não só chegasse ao trono como passasse à história como Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia.
Foi aclamado em 27 de Outubro de 1495. Durante seu reinado, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia (1498), Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil (1500), D. Francisco de Almeida tornou-se no primeiro vice-rei da Índia (1505) e o almirante D. Afonso de Albuquerque assegurou o controlo das rotas comerciais do Oceano Índico e Golfo Pérsico e conquistou para Portugal lugares importantes como Malaca, Goa e Ormuz. Também no seu reinado os navegadores portugueses chegaram à Gronelândia e à Terra Nova.

Ficha n97

SUCESSÃO

D. João II permaneceu em Santarém o maior número de dias durante o seu reinado, ainda que tal permanência apenas tivesse ocorrido até 1491, pois este rei não voltou aí após a trágica morte do seu filho o príncipe D. Afonso ocorrida em 12 de Julho de 1491 junto da Ribeira de Santarém, por um acidente provocado pela queda de um cavalo.
Durante o resto da sua vida, João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo, Jorge. D. Jorge, Duque de Coimbra, Grão-Almirante de Portugal, mestre das ordens militares de São Bento de Avis e de São Tiago, era fruto da relação adúltera do rei com D. Ana Furtado de Mendonça, filha de um fidalgo da corte e dama de honor da princesa D. Joana, a Beltraneja.
João II morreu em 1495, sem herdeiros legítimos. Antes de morrer, João II escolheu como sucessor Manuel de Viseu, duque de Beja, seu primo direito e cunhado (era irmão da rainha Leonor).

Ficha n96

AS MISERICÓRDIAS

A Rainha D.Leonor, viúva de João II, fundou uma instituição de beneficência para a protecção dos infelizes – as Misericórdias – e ainda o Hospital das Caldas da Rainha.

Ficha n95

TRATADO DE TORDESILHAS

JOÃO II assina com os reis católicos o Tratado de Tordesilhas, de 7 DE Julho de 1494: estipulava-se nele que pertenceriam a Portugal todas as terras já descobertas ou a descobrir, situadas a oriente de uma linha imaginária, traçada de pólo a pólo do globo terreste, 370 graus a oeste do arquipélago de Cabo Verde; as situadas a ocidente deste linha seriam de Castela.
João II juntou aos títulos que já tinha o de Senhor da Guiné.

Ficha n94

DESCOBERTA DA AMÉRICA

Muito do que se passou em matéria de Descobrimentos no reinado de D.João II estava envolto em grande secretismo e há quem diga que os documentos mais importantes que poderiam esclarecer dúvidas e interogações, desapareceram com o Terramoto de 1755. O mesmo se aplica ao descobrimento da América que, segundo alguns investigadores, estava nas mãos dos portugueses e não do genovês Cristovão Colombo que acaba por assinar a façanha ao serviço dos reis católicos – vendo-se dispensado pelo rei de Portugal.

Ficha n93

OS JUDEUS

D.João II acolhe em Portugal, a troco do pagamento de um imposto, os judeus expulsos de Espanha pelos Reis Católicos, Fernando e Isabel. Este acolhimento era pelo prazo de oito meses – caso permancessem mais tempo seriam feitos escravos (1492).

Ficha n92

DESCOBRIMENTOS

Depois de consolidar o poder real, continua a empresa dos descobrimentos: em 1481, Diogo de Azambuja funda na Costa da Guiné o castelo e a povoação de S.Jorge da Mina.
Diogo Cão atinge a Foz do Zaire e o reino do Congo,em 1482, percorrendo no ano seguinte a costa de Angola; Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança em 1487, desfazendo o mito do Adamastor .Em 1488, João Afonso de Aveiro chega às terras do Benim. Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã procuram à época o caminho marítimo da Índia.

Ficha n91

JOÃO II o PRÍNCIPE PERFEITO
1481-1495

D.João II assumiu ( 1474) a direcção da política da expansão enquanto D. Afonso V travava luta com os castelhanos, combateu ao lado do pai na Batalha de Toro, e foi regente a seu pedido. Segundo a tradição, terá dito: eu sou o senhor dos senhores, não o servo dos servos. Vai provar isso mesmo depois da sua ascensão ao trono, ao retirar poder à aristocracia e ao concentrá-lo em si próprio. São muitas as conspirações neste período. João II vai fazer uma limpeza no País. Por exemplo, na sequência de cartas de reclamação e pedidos de intervenção trocadas entre o duque de Bragança e os Reis católicos de Espanha, sendo a correspondência é interceptada por espiões do rei em 1483, a casa de Bragança é proscrita e o duque executado em Évora. No ano seguinte, o duque de Viseu, D. Diogo, primo e cunhado de João II, por suspeitas de nova conspiração, é chamado ao palácio e esfaqueado pelo próprio rei . Muitas outras pessoas foram executadas, assassinadas ou exiladas para Castela, incluindo o bispo de Évora, D. Garcia de Meneses, envenenado na prisão.

Ficha n90

BATALHA DE TORO

Rebenta um escândalo na vizinha Castela e Afonso V converge para lá a sua atenção e ambição. O rei Henrique IV de Castela morreu, em 1474, deixando como única herdeira D. Joana, princesa de Castela. A paternidade da princesa era contestada ( a alegada homossexualidade do rei e a relação da rainha, Joana de Portugal irmã de D. Afonso, com um nobre chamado Beltrán de La Cueva assim o levavam a crer ). D. Afonso V interfere, casando em 1475 com a sobrinha Joana, assumindo as suas pretensões ao trono; declara-se rei de Castela e invade o país vizinho, mas fracassa.
D. Afonso abandona o campo da batalha de Toro, derrotado pelas tropas de Castela, lideradas pelo rei Fernando II de Aragão. D. Afonso procurou ainda o apoio de Luís XI de França, mas ao ver-se traído regressa a Portugal em 1477. Retira-se para o convento de Varatojo em Torres-Vedras e abdica para o filho João. Morre em 1481.

Ficha n89

ÁFRICA

Finda a instabilidade interna, a atenção de D. Afonso V concentrou-se na expansão no Norte de África, iniciada em 1415 com a conquista de Ceuta.
Ainda sob a orientação de D.Henrique, são muitos os Descobrimentos: em 1434 Gil Eanes ultrapassara o cabo Bojador (ponto mais ocidental da África) e em 1441 Nuno Tristão chega ao cabo Branco. Em 1445, o mesmo com Álvaro Fernandes descobrem a foz do Senegal. Dinis Dias atinge no mesmo ano a costa de Guiné até ao Cabo Verde. Em 1460, ano da morte do Infante D.Henrique, Diogo Gomes e António de Nola descobrem o arquipélago de Cabo Verde. Em 1469, Fernão Gomes dirige-se à Costa da Mina, em 1470, João de Santarém e Pedro Escobar descobrem as Ilhas de São Tomé e Príncipe. Fernando Pó encontra a ilha que passa a ter o seu nome a a de Ano Bom. Álvares Esteves passa o Equador, em 1472.
Alcácer-Ceguer é tomada aos mouros em 1458, Anafé em 1646, Arzila e Tânger, em 1471. Afonso V inicia uma nova designação para os reis portugueses: Reis de Portugal e dos Algarves e dalém mar em África.

Ficha n88

BATALHA DE ALFARROBEIRA

Afonso V juntamente com Afonso de Bragança, derrota o Duque de Coimbra na batalha de Alfarrobeira, onde este é morto em combate. Depois desta batalha e da perda do mais notável príncipe da Ínclita geração, D. Afonso V passa a ser totalmente controlado pelo Duque de Bragança.
Na Batalha de Aljubarota morre, com D.Pedro o seu melhor amigo, o conde de Avranches, D.Álvaro Vaz de Almada.

Ficha n87

AFONSO V O AFRICANO
1458 – 1481

D. Afonso V foi cognominado o Africano pelas conquistas que fez no norte de África. A 9 de Junho de 1448, D. Afonso V atinge a maioridade e assume o controlo do reino. A 15 de Setembro do mesmo ano, desejoso de mostrar independência política, anula todos os editais aprovados durante a regência ( alguns dos quais de bom efeito para o reino, que prosperou durante esse período). No ano seguinte, D. Afonso declara o tio e sogro D. Pedro rebelde e inimigo do reino.
Outro Afonso, irmão ilegítimo de Duarte e Conde de Barcelos, torna-se o aliado mais próximo do novo rei que o torna Duque de Bragança.

Ficha n86

ORDENAÇÕES AFONSINAS

Durante a regência de D.Pedro é publicada a primeira colecção de leis portuguesas, começada a compilar no tempo de D.João I e que será reunida sob a designação de “Ordenações Afonsinas”.

Duarte escreveu vários livros de poesia e prosa: O Leal Conselheiro, o Libro de Misericórdia e A Arte de Bem Cavalgar Toda a Sela Pouco antes de morrer trabalhava numa revisão do código civil português.

Ficha n85

REGÊNCIA

Quando D.Duarte morreu, o seu filho e herdeiro Afonso tinha apenas seis anos de idade. Por isso, a regência do Reino coube à sua mãe D.Leonor. Dada a impopularidade desta, as cortes entregaram a regência a D.Pedro, duque de Coimbra e tio de Afonso.

Ficha n84

LEI MENTAL

D.Duarte promulgou a Lei Mental, que regulamentava as heranças doadas pelo rei – já que algumas das terras que ffazia parte dos bens da coroa tinham sido doadas e distribuídas empobrecendo o tesouro, deixando-o sem rendimentos mecessários para fazer face às despesas públicas.
O curioso nome de Lei Mental resulta do facto de « o rei já a trazer em mente, aplicando-a, mesmo antes de a ter publicado».

Ficha n83

DESASTRE DE TÂNGER -2

O Infante Santo, Fernando de Portugal, nasceu a 29 de Setembro de 1402 e morreu no dia 5 de Junho de 1443. Era o sexto filho do rei João I de Portugal, com a sua mulher Filipa de Lencastre e o mais novo dos membros da Ínclita Geração. Muito jovem, foi ordenado - pelo seu pai - Grão Mestre da Ordem de Avis. Procura por diversos meios a fortuna a que não tem diretio por ser o irmão mais novo: oferece-se para servir o Papa, o Imperador e outros soberanos europeus. Por motivação dos irmãos mais velhos acaba por virar as suas atenções para a luta em Marrocos.

Em 1437,numa expedição militar ao Norte de África, comandada por um dos irmãos mais velhos - o Infantro D. Henrique - mas com o voto desfavorável dos outros infantes.

Ficha n82

DESASTRE DE TÂNGER

Em 1437, os seus irmãos Henrique e Fernando convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos, o qual acaba no desastre de Tânger. O príncipe Fernando foi capturado e morreu em cativeiro, sendo conhecido como "Infante Santo" (por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta).

Ficha n81

D.DUARTE O ELOQUENTE
1433-1438

D. Duarte era um homem culto, daí o cognome O Eloquente que também rivaliza com o de Rei-filósofo. Nasceu em Viseu, a 31 de Outubro de 1391 e morreu, vítima de peste, em Tomar, a 13 de Setembro de 1438.
Duarte seguiu desde muito jovem perto os assuntos do reino, e em 1412 foi formalmente associado. pelo seu pai, às responsabilidades da governação. Promoveu a paz e a concórdia, convocou as Cortes cinco vezes e deu continuidade à política de exploração marítima e conquistas em África.

Ficha n80

O ÍNICIO DOS DESCOBRIMENTOS

Gonçalves Zarco atinge Porto Santo (1419) e a Ilha da Madeira (1420), Diogo de Silves a ilha açoreana de Santa Maria (1427). São doze anos para avançar as duzentas milhas que separam o cabo Não do cabo Bojador. A passagem do Bojador, o célebre Mar Tenebroso dos geógrafos árabes, seria temida pelos navegadores portugueses pela dificuldade do regresso.
O navio empregue na exploração da costa africana era a caravela, usada primitivamente na faina da pesca e caracterizada pela sua robustez e pouco calado.
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores, o Mar dos Sargaços ou Mar da Baga, e a volta da Mina ou seja, a rota oceânica de regresso de África, foram descobertos em sequência das viagens efectuadas em mar largo, na busca de informações meteorológicas e oceanográficas que permitissem o regresso dos navios da costa africana por zonas de ventos mais favoráveis.

Ficha n79

ESCOLA NÁUTICA

A Escola Náutica do Infante D.Henrique ou Escola de Sagres parece constituir um dos grandes mitos da história portuguesa. As deficientes interpretações de crónicas antigas assim o criaram. O infante D. Henrique convidou um cartógrafo catalão para se colocar ao seu serviço, o que só por si não chega para a existência de uma Escola Náutica em Sagres. Após o seu regresso de Ceuta, o Infante D. Henrique fixa-se no Algarve, rodeia-se de mestres nas artes e ciências ligadas à navegação e cria uma Tercena Naval a que é comum chamar-se a Escola de Sagres: um local de reunião de mareantes e cientistas ondese desenvolveram novos métodos de navegar, desenharam cartas e adaptaram navios, combinando ensinamentos de doutores e a prática dos marinheiros.

FIcha n78

CONQUISTA DE CEUTA

Não são claras as causas ou as origens da chamada Conquista de Ceuta. Há quem defenda a Causa Bélica, isto é, a oportunidade dos infantes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique serem armados cavaleiros por um feito de guerra. Há quem defenda a Causa Religiosa, sob o espírito de cruzada; a Causa Política, que realçava o desejo da antecipação a Castela na expansão para Africa norte. a Causa Económica: Ceuta era uma cidade rica e teriam sido levados pela burguesia comercial, que queria canalizar para Lisboa o tráfego do Mediterrâneo ocidental feito por aquela cidade. Um exército de cerca de 20 mil cavaleiros e soldados portugueses, ingleses, galegos e biscainhos havia largado de Lisboa a 25 de Julho, embarcado em cerca de 240 ou 110 navios de transporte e vasos de guerra. Na expedição seguia a fina flor da aristocracia portuguesa do século XV, incluíndo os príncipes Duarte, o herdeiro, Pedro, Duque de Coimbra e Henrique, Duque de Viseu. Fundearam dinte de Ceuta a 21 de Agosto, tendo efectuado o desembarque sem encontrar resistência por parte dos Mouros. Ceuta seria a primeira possessão portuguesa em África, estratégica para a exploração Atlântica que começava a ser efectuada.O Infante D. Pedro, em carta ao seu irmão, afirmava mais tarde: “Ceuta é um grande sorvedouro de gente e dinheiro”. Ao que parece, a Conquista foi um fracasso no que respeita às expectativas geradas.

Ficha n77

CASA DE BRAGANÇA OU BRIGANTINA

O casamento do filho natural de D.João I, Afonso, com D.Beatriz, a filha única de Nuno Álvares Pereira, equivaleu ao dote do condado de Barcelos. A Afonso, mais tarde, seria dado o título de Duque de Bragança, de onde resultará a Casa reinante do mesMo nome. Era o terceiro ducado de Portugal ( os dois primeiro tinham sido criados por D. João I para seus dois filhos; o de Coimbra para D. Pedro e o de Viseu para D. Henrique).

Ficha n76

FILHOS NATURAIS

De Inês Pires ( ou Inez Perez Esteves ), João I foi pai de:
Afonso (1377-1461), primeiro Duque de Bragança
Beatriz de Portugal (1386) (ca. 1386-1447), casada com Thomas Fitzalan, Conde de Arundel.

Ficha n75

OS FILHOS DE FILIPA DE LENCASTRE E JOÃO I

Conhecidos como a Ínclita geração, muitos dos filhos do Mestre de Avis com Filipa de Lencastre são notáveis da História.
Branca de Portugal (1388-1389), Afonso de Portugal (1390-1400) Duarte I, rei de Portugal (1391-1438), Pedro, Duque de Coimbra (1392-1449; morreu na Batalha de Alfarrobeira), Henrique, Duque de Viseu (1394-1460), Isabel de Portugal (1397-1471), casada com Filipe III, Duque da Borgonha; Branca de Portugal (1398; com o mesmo nome da primeira filha, que morreu antes decompletar um ano de idade).
João, Infante de Portugal (1400-1442), condestável de Portugal e avô de Isabel de Castela
Fernando, o Infante Santo (1402-1433), morre no cativeiro, em Fez.

Ficha n74

LEGITIMAÇÃO EUROPEIA

D.João I cedo procura afirmar a identidade da sua dinastia além-fronteiras. Empenhou-se, por exemplo, em manter uma estreita ligação com a Inglaterra. Casou com D.Filipa de Lencastre e assinou tratados anglo-portugueses.
Também criou elos de ligação com Castela e Aragão. Casou o herdeiro do trono, D.Duarte, com Leonor de Aragão; o seu segundo filho, D.Pedro, com Isabel de Urgel, filha de Jaime conde de Urgel e pretendente ao trono de Aragão ( D.Pedro, Duque de Coimbra, acabaria por usar o título de rei de Aragão de 1463 a 1466);a sua filha Isabel com Filipe o Bom, duque de Borgonha, que seriam pais de Carlos o Temerário.
Fernando I de Portugal estabelecera em 1373 uma aliança com a Inglaterra, que João I reforça em 1386 com o tratado de Windsor. É nesse Tratado que se combina o casamento de D.João I e Filipa de Lencastre(1387).

Ficha n73

TRATADO DE PAZ

Mesmo perante algumas tão decisivas vitórias, a guerra da independência continuou em várias frentes. Só em 1411 é assinado um Tratado de Paz com Castela.

Ficha n72

MOSTEIRO DA BATALHA

D.João I mandou construir, perto do campo onde se travou a batalha de Aljubarrota, o Convento de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como Mosteiro da Batalha) como agradecimento do auxílio divino e celebração da vitória.
Em 1388 já ali viviam os primeiros frades dominicanos. Monumento Nacional classificado, é considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi considerado como uma das sete maravilhas de Portugal.

Ficha n71

BATALHA DE VALVERDE

Nuno Álvares Pereira entrou, por Badajoz, no território castelhano, Pouco tempo depois da vitória portuguesa de Aljubarrota. De Estremoz passara a Vila Viçosa e, daqui, a Olivença. Depois seguira em direcção a Mérida, para poder enfrentar as forças adversárias. Estas vieram pôr-lhe cerco em Valverde de Mérida, junto ao rio Guadiana. Travaram ali feroz batalha que os portugueses venceram.

Ficha n70

ALA DOS NAMORADOS

Entre os combatentes portugueses contava-se um grupo de jovens, alguns estudantes Universitários de Coimbra, que dava pelo nome de Ala dos Namorados e que incluia nomes como os de Rui de Vasconcelos e Mem Ramires.

Ficha n69

BATALHA DE ALJUBARROTA

Perante a derrota em Trancoso, D.Juan de Castela voltou a cruzar a fronteira, por Almeida, impõe várias derrotas aos portugueses e segue em direcção a Leiria e acaba por travar a maior batalha da época. A batalha deu-se no campo de S. Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre Leiria e Alcobaça, a 14 de Agosto de 1385. Derrotado, Juan foge para Santarém, dali para Lisboa e regressa a Sevilha. Portugal garantia ali a sua independência.

Ficha n68

BATALHA DE TRANCOSO

O exército castelhano invade Portugal nos últimos dias de Maio ou nos primeiros dias de Junho de 1385: passa Almeida e Pinhel e chega a Viseu. A guerra estabelecia duas frentes: D. João I de Castela invadia o país ao Sul, pela fronteira de Elvas, ao mesmo tempo em que forças castelhanas invadiam a Beira por Almeida, passavam por Trancoso, cujos arrabaldes saquearam, até atingir Viseu, cidade aberta, também na ocasião saqueada e incendiada. A Norte, saiu ao seu encontro o Alcaide do Castelo de Trancoso, Gonçalo Vasques Coutinho, com as forças do Alcaide do Castelo de Linhares, Martim Vasques da Cunha e as do Alcaide do Castelo de Celorico, João Fernandes Pacheco (os dois primeiros fidalgos estavam desavindos à época, mas o terceiro promoveu a reconciliação de ambos e fizeram juntosos arranjos para o combate). Os portugueses ganham.

Ficha n67

III
2ªDinastia (de Avis ou Joanina)

O CONDESTÁVEL

Até D.Fernando I de Portugal, em 1382, a principal figura militar do reino era a do Alferes-mor, substiruida então pela designação Condestável de Portugal ou Condestável do Reino . Para efeitos hierárquicos, o Condestável era a segunda personagem militar nacional, já que a primeira era o próprio Rei. Cabia ao Condestável comandar campanhas militares na ausência do rei e manter a disciplina do exército e passavam por ele todos os inquéritos militares. D.JOÃO I mal é aclamado confere o título de Condestável a D.Nuno Álvares Pereira e prepara com ele a guerra com Castela.
D.Nuno Álvares Pereira acabou por entrar para o Covento do Carmo (1432) que fundara em Lisboa e tomou o nome de Frei Nuno de Santa Maria.

Ficha n66

CORTES DE COIMBRA

Um ano depois da Batalha dos Atoleiros, a 5 de Abril de 1385, reúnem-se as cortes em Coimbra, para a escolha de um novo Rei. Eram pretendentes: Beatriz, a filha do falecido D.Fernando, casada com o rei de Castela; D.João e D.Dinis, filhos de D.Pedro I e de D.Inês de Castro; e, finalmente, D.João, Mestre de Avis, filho de D.Pedo I e Teresa Lourenço. Coube a João das Regras, homem de leis, mostrar as razões jurídicas que escolheriam, afinal, o Mestre de Avis como aquele que podia ocupar o trono. Assim, D.João acaba por ser aclamado inciando a 2ª dinastia ( Joanina ou de Avis ).

Ficha n65

NUNO ÁLVARES PEREIRA

Nobre e general do exército português, desempenhou papel fundamental na crise de 1383-85, sob o ponto de vista político, pois foi dos primeiros nobres a apoiar as pretensões à coroa de D.João Mestre de Avis e sob o ponto de vista militar, nas vitórias sucessivas sobre os castelhanos. Não se sabe ao certo onde nasceu, se na vila de Flor da Rosa, concelho do Crato, ou nos Paços do Bonjardim, na vila de Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã. É um dos 26 filhos conhecidos do prior do Crato, D. Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal. Casou com Leonor de Alvim em, em 1377 em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja. Foi também 2.º conde de Arraiolos, 7.º conde de Barcelos e 3.º conde de Ourém. Também conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun'Álvares morreu no dia 1 de Novembro 1431 .

Ficha n64

BATALHA DOS ATOLEIROS

CERCO DE LISBOA

D.Juan I de Castela invadiu Portugal, pelo Alentejo, e encontrou como adversário um dos mais capazes apoiantes de D.João Mestre de Avis: Nuno Álvares Pereira. Os exércitos rivais enfrentaram-se perto de Fronteira, em Atoleiros, a 6 de Abril de 1384. Foi uma batalha muito dura, saindo os portugueses vitoriosos. Em resposta tática, o rei de Castela avançou e cercou Lisboa, defendida pelo Mestre de Avis. Foi longo o cerco, mas com a ajuda da peste, os portugueses tornam a vencer.

Ficha n63

A MORTE DO CONDE DE ANDEIRO

João Fernandes Andeiro era um fidalgo galego, natural da Corunha, favorito da Rainha Beatriz, que o torna Conde de Ourém e o principal responsável pela governação. Andeiro torna-se o principal alvo da conspiração dos partidários de João Mestre de Avis, onde se contam nomes como os de Álvaro Pais e o Conde de Barcelos. Andeiro é morto, numa sala contígua à câmara régia, pelos nacionalistas no Paço Real de a-par-de S. Martinho ( e não no Paço da Alcáçova, como alguns autores referem). Matam-no, a 6 de Dezembro de 1383, o Mestre de Avis e Rui Pereira(sendo deste o golpe definitivo) e Leonor Teles manda sepultá-lo clandestinamente na Igreja de S.Martinho. Leonor Teles foge depois para Alenquer, dali para Santarém, pedindo auxílio ao seu genro, o rei de Castela. João é aclamado Regedor e Defensor do Reino.
O Mestre de Avis, quando já era D.João I de Portugal, utilizou o mesmo Paço como residência durante algum tempo, enquanto não acabavam as obras que mandara realizar nos Paços da Alcáçova. No entanto, no início do século XV, o local já ganhara mais uma denominação: a de "Paços do Infante herdeiro", por ser local de residência do infante D. Duarte.

Ficha n62

A CRISE DE 1383-1385

Os historiadores têm como grande referência de análise deste período a Crónica de Fernão Lopes, que, meio século mais tarde, avança muitos pormenores e descrições. A crise, vista por essa fonte, é uma revolução social e política, onde a Nobreza e a Burguesia se opõem. A Nobreza apoiava Beatriz e Castela. A Burguesia das cidades e dos campos, apoiada pelo povo, eram por João Mestre de Avis.

Ficha n61

JOÃO MESTRE DE AVIS

João, Mestre de Avis, era muito popular junto da classe média e da aristocracia tradicional.

A 22 de Outubro, morre, Fernando de Portugal. De acordo com o contrato de casamento de Beatriz e Juan I de Castela, a regência do reino é entregue a Leonor Teles de Menezes, agora rainha viúva. A partir de então, as hipóteses de resolver o conflito de forma diplomática esgotaram-se e a facção independentista tomou medidas mais drásticas, iniciando a Crise de 1383-1385.

Ficha n60

ORDEM DE AVIS

A antiga ordem militar de Avis terá origem numa confraria de cavaleiros criada por, ou sob, a protecção de D. Afonso Henriques, em data posterior à conquista de Évora em 1166, por Geraldo o «Sem-Pavor», entre os anos 1174-1175, tendo por finalidade assegurar a defesa da cidade contra as investidas dos mouros. Cerca de 1187, teria recebido os estatutos e ter-se-ia submetido à obediência da ordem castelhana de Calatrava, tendo assim passado a ser conhecida com a Milícia de Évora da Ordem de Calatrava. Mais tarde, cerca de 1223-24, sob o mestrado de Fernão Rodrigues Monteiro passaram a ser conhecidos como Ordem Militar de Avis.

Ficha n59

INTERREGNO
1383-1385
GUERRA DA INDEPENDÊNCIA

O caos político e social domina estes dois anos da História de Portugal.
Os dois candidatos ao trono são meios irmãos bastardos do rei moribundo: João, filho do Rei Pedro I com Inês de Castro, que vivia em Castela; e João, filho ilegítimo do rei Pedro I de Portugal e de uma dama galega chamada Teresa Lourenço, aia de Inês de Castro, que em 1364 tinha sido consagrado Grão Mestre da Ordem de Avis.

Ficha n58

CRISE DE SUCESSÃO

D. Fernando, pelo tratado de 1371, é prometido em casamento a D. Leonor de Castela, mas apaixona-se por D.Leonor Teles de Menezes, mulher de um dos seus cortesãos. D. Fernando casa com ela, sob grande contestação interna(entretanto, D. Henrique de Castela promete a filha a Carlos III de Navarra) e desse casamento nasce apenas uma filha, D.Beatriz que casará com D.João, o rei de Castela. O casamento de D. Beatriz acabou por ser decidido como parte do tratado de paz de Salvaterra de Magos, que terminou a terceira guerra com Castela, em 1383. Pelas disposições deste tratado, o rei de Castela, casar-se-ia com D. Beatriz e o filho varão que nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal.
Quando morre, D.Fernando não deixa herdeiros - em 1383, com a sua morte, a linha da dinastia de Borgonha chega ao fim.
D. Leonor Teles é nomeada regente em nome da filha e de D. João de Castela, mas a transição não será pacífica. O irmão bastardo de D. Fernando, João, declara-se rei de Portugal, respondendo aos apelos de grande parte dos Portugueses para manter o país independente.
O resultado foi a crise de 1383-1385, um período de interregno, onde o caos político e social dominou.

Ficha n57

DESENVOLVIMENTO DA MARINHA

D.Fernando deu autorização do corte de madeiras nas matas reais para a construção de navios a partir de certa tonelagem; isenção total de direitos sobre a importação de ferragens e apetrechos para navios; isenção total de direitos sobre a aquisição de navios já feitos. Criou a Companhia das Naus, na qual todos os navios tinham que ser registados, pagando uma percentagem dos lucros de cada viagem para uma caixa comum. Serviam depois estes fundos para pagar os prejuízos dos navios que se afundassem ou sofressem avarias.

Ficha n56

PAZ E DESENVOLVIMENTO: A LEI DAS SESMARIAS

Após a paz com Castela, dedicou-se D. Fernando à administração do reino. Com vista ao desenvolvimento da agricultura promulgou a Lei das Sesmarias, que tornou obrigatória a cultura de todas as terras do reino. Os donos das terras ficavam com essa responsabilidade e os vadios eram obrigados a trabalhar nos campo. Por esta lei impedia-se o pousio nas terras susceptíveis de aproveitamento e procurava-se aumentar o número de braços dedicados à agricultura. D.Fernando mandou reparar muitos castelos e construir outros, e ordenou a construção de novas muralhas em redor de Lisboa e do Porto.

Ficha n55

FERNANDO I O FORMOSO
1367-1383

O filho do rei D. Pedro I de Portugal e de sua mulher, a princesa D. Constança de Castela, D. Fernando, sucedeu a seu pai em 1367 e morreu a 22 de Outubro de 1383. Foi cognominado O Formoso ou O Belo. São várias as fontes que ressaltam a sua beleza. Há, no entanto, quem lhe chame o Inconsciente ou O Inconstante, devido à sua desastrosa política externa que ditou três guerras com a vizinha Castela, e o perigo, após a sua morte, de o trono recair em mãos estrangeiras.
A primeira guerra com Castela teve origem na sua pretensão ao trono local ( durou de 1369 e 1371 ). D. Pedro I de Castela (1350-1369) morre em 1369 sem herdeiros directos e D. Fernando, como bisneto de D. Sancho IV de Castela, por via feminina, declara-se herdeiro do trono. A segunda deveu-se à sua aliança com o duque de Lencastre, filho do rei de Inglaterra que alegava os mesmos direitos sobre a mesma coroa ( durou cerca de dois anos, entre 1372 e 1373) e que teve como consequência uma invasão castelhana de Portugal e um cerco de Lisboa. E a terceira, entre 1381 e 1382, como resultado de nova aliança, desta feita uma aliança secreta entre D.Fernando e o duque de Lencastre de onde resulata nova invasão.

Ficha n54

CORTES DE ELVAS

Pedro revelou-se um bom administrador. Nas Cortes de Elvas de 1361, defendeu Portugal contra a influência do Papa e promulgou o Beneplácito Régio, que impedia a livre circulação de documentos eclesiásticos no País sem a sua autorização expressa.

Foi um justo defensor das camadas menos favorecidas da população.
Participou ao lado de Aragão na invasão de Castela.

Pedro mandou construir dois esplêndidos túmulos no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, um para si e outro para onde trasladou os restos de sua amada.

Ficha n53

D.PEDRO O JUSTICEIRO

1357-1367
Pedro, oitavo rei de Portugal, a partir de 1357, fez, em Junho de 1360, a declaração de Cantanhede; legitima os filhos ao afirmar que havia casado secretamente com Inês de Castro, em 1354, mas "em dia que não se lembrava". As palavras do rei e do seu capelão foram as únicas provas desse casamento. O novo rei perseguiu Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves, que mataram Inês a mando de Afonso IV. Tinham fugido para Castela; foram apanhados e executados.
D. Pedro reinou durante dez anos, conseguindo ser extremamente popular, ao ponto de dizerem as gentes «que taaes dez annos nunca ouve em Purtugal como estes que reinara elRei Dom Pedro».

Ficha n52

INÊS DE CASTRO

O príncipe herdeiro D.Pedro apaixona-se por uma mulher de origem galega, D.Inês de Castro, tendo com ela quatro filhos. Inês de Castro era filha filha natural de Pedro Fernandez de Castro, um dos fidalgos mais poderosos de Castela (mordomo-mor de Afonso XI de Castela e neto, por via ilegítima, de Sancho IV de Castela) e de uma portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares.
Inês chegou a Portugal no séquito de Constança Manuel, que casaria com D.Pedro. O seu romance com o príncipe herdeiro começou desde cedo a ser comentado e foi mal aceite na corte e pelo próprio povo. D.Afonso IV mandou executá-la.
Constança morreu ao dar à luz o futuro Fernando I de Portugal, deixando Pedro viúvo.

Ficha n51

PESTE NEGRA – 1348

A Catalunha, o Levante, a Andaluzia e Portugal foram atingidos pela Peste Negra de forma mais violenta. De Setembro de 1348 até ao Natal do mesmo ano, Portugal foi devastado: calcula-se que um terço da população terá desaparecido. Lisboa, por exemplo, seria mais povoada no reinado de Afonso IV que vinte anos depois da Peste.

Ficha n50

PROTECÇÃO DA PENÍNSULA: A BATALHA DO SALADO

Como já tinha acontecido anteriormente, uma vez mais um rei de Castela pede auxílio a um rei de Portugal, perante a ameaça dos mouros. Afonso IV recorre a Afonso IV e travam juntos a Batalha do Salado, em Outubro de 1340, vencendo. É na batalha do Salado que Afonso IV conquista o cognome O Bravo.

Ficha n49

JUÍZES DE FORA

Uma reforma importante de Afonso IV em matéria de justiça é a nomeação dos juízes de fora, para uma aplicação imparcial da justiça e da lei. Até então, a justiça cabia aos juízes da terra, os juízes do lugar onde as ilegalidades eram cometidas.

Ficha n48

GUERRA COM CASTELA

Durante o reinado de D.Afonso IV, regressa a guerra com Castela, motivada pela atitude de Afonso XI ao impedir que D.Constança Manuel saísse de Castela para casar, em Portugal, com D.Pedro, filho de Afonso IV de Portugal. Há quem defenda que o rei de Castela maltratava a sua mulher, a rainha D.Maria, filha de Afonso IV de Portugal – e que essa seria uma razão para o combate.
O papa Bento XII acaba por intervir e a paz é restabelecida, em 1339.

Ficha n47

AFONSO IV O BRAVO
1325-1357

D.AFONSO IV parece não ter sido o filho preferido de D.Dinis, que dava mais atenção a Afonso Sanches, senhor de Albuquerque, seu filho bastardo, porém legitimado. Afonso Sanches era o mais velho dos filhos de D. Dinis - dos nove bastardos e dos legítimos, pois nasceu ainda antes de o rei casar com Isabel de Aragão. A Rainha Santa recolheu no paço todos os filhos do marido e proporcionou-lhes iguais cuidados de educação. Foi o primeiro senhor da Póvoa de Varzim.
Esta rivalidade entre irmãos irá conduzir a confrontos armados e ao exílio de Afonso Sanches, em Castela. Na guerra civil que protagonizaram, a intervenção da Rainha Isabel foi decisiva.
Afonso IV, todavia, seguiu os princípios de seu pai, mostrando dotes especiais para as práticas administrativas do reino. Publicou várias leis que beneficiaram o comérico, a agricultura e a marinha.

Ficha n46

TRATADO DE ALCANIZES

Um dos principais momentos políticos do reinado de D.Dinis foi a celebração, com o rei de de Leão e Castela, Fernando IV, do Tratado de Alcanizes ou Alcañices 12 de Setembro de 1297, na povoação espanhola do mesmo nome. O Tratado restabelecia a paz, entretando quebrada, e fixava os limites fronteiriços entre os dois reinos. Em troca dos domínios de Arouche e de Aracena, passavam para a posse definitiva de D. Dinis de Portugal as chamadas terras de Riba-Côa.

Ficha n45

ISABEL DE ARAGÃO

A mulher de D.Dinis, Isabel de Aragão (usando a grafia medieval portuguesa, Helisabeth ) nasceu em Saragoça, 1271 e morreu em Estremoz, a 4 de Julho de 1336). Infanta aragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal. Filha do rei Pedro III de Aragão e de Constança da Sicília, era descendente do Imperador Romano-Germânico Frederico II, por via materna, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, filho de Frederico II. Popularmente conhecida como a Rainha Santa Isabel ou, simplesmente. A Rainha Santa, passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e posteriormente canonizada.
Dinis teve filhos de Isabel de Aragão, D.Constança que casou com o rei Fernando IV de Castela e o futuro rei D. Afonso IV. Mas também com Grácia Froes, Aldonça Rodrigues Talha , Marinha Gomes e de outras senhoras.

Ficha n44

DINIS E A CULTURA
A época dos trovadores coincide com as origens da Língua Portuguesa, a língua galaico-portuguesa (o português arcaico) que compreende o período de 1189 a 1418.
No norte da França, o poeta recebia o apelativo trouvère (em Português: trovador), cujo radical é: trouver (achar), dizia-se que os poetas “achavam” a suas canções e cantavam-na acompanhados de instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. Dinis era um trovador e um poeta notabilíssimo.
No seu tempo, surge a Universidade de Coimbra, na cidade de Coimbra

Conhecem-se 137 cantigas cuja autoria é atribuída a D.dinis das quais 73 cantigas de amor, 51 cantigas de Amigo e 10 cantigas de escárnio e maldizer. A música original de 7 dessas cantigas foi descoberta casualmente em 1990, pelo Prof. Harvey L. Sharrer. Encontravam-se no Arquivo da Torre do Tombo, num pergaminho que servia de capa a um livro de registos notariais do século XVI - ficou conhecido como Pergaminho Sharrer).

Durante o seu reinado, Lisboa foi um dos centros europeus de cultura. A Universidade de Coimbra, a primeira universidade em Portugal, foi fundada pelo seu decreto Magna Charta Priveligiorum. Desde se ensinou aqui as Artes, o Direito Civil, o Direito Canónico e a Medicina. Mandou traduzir importantes obras, tendo sido a sua Corte um dos maiores centros literários da Península Ibérica.

Ficha n43

DINIS E A IGREJA CATÓLICA

Se à data da sua subida ao trono, Portugal encontrava-se em conflito com a Igreja Católica, o rei D. Dinis procurou normalizar a situação assinando um tratado com o Papa Nicolau III. Nesse tratado jurava proteger os interesses de Roma em Portugal. Todavia, salvou a Ordem Militar dos Cavaleiros Pobres do Templo de Salomão (conhecida também por Ordem do Templo ou Templários) em Portugal, através da criação da Ordem de Cristo, que lhe herdou os bens no reino português depois da sua extinção, pelo Papa Clemente V, e apoiou ainda os cavaleiros da Ordem de Santiago ao separarem-se do seu mestre castelhano.

Ficha n42

PINHAL DE LEIRIA
A lenda atribui o Pinhal de Leiria a uma vontade do Rei D.Dinis, que, ao mandar plantá-lo, protegia o interior da areia trazida pelo vento e promovia a articulação entre o norte e o sul do país – sendo o norte, onde a malha senhorial é mais densa e apertada, e o sul, onde o espaço vasto conquistado aos mouros implanta sobretudo os domínios régios e as ordens militares. Todavia, há várias referências a matas, como a de Patais, já no tempo de Afonso Henriques e tudo leva a crer que o Pinhal terá surgido no tempo de D. Sancho I. Citação de cartas régias indicam D. Sancho II como o seu semeador.

Ficha n41

D.DINIS O LAVRADOR
(1279-1325)
Tudo leva a crer que tenha sido o primeiro rei de Portugal não analfabeto. Pelo menos, foi o primeiro rei português a assinar os seus documentos com o nome completo. A sua prioridade governativa foi a organização do reino, que manifestava um claro clima de anarquia aquando da sua subida ao trono. D.Dinis, mais do que continuar a vertente legisladora de seu pai D. Afonso III, reprimiu com violência as resistências da nobreza e da Igreja. «As forcas estavam todas cheias de malfeitores», de acordo com o cronista Rui de Pina.
A profusa acção legislativa da época de D.Dinis está contida, hoje, no Livro da Leis e Posturas e nas Ordenações Afonsinas. São compilações de leis e do direito consuetudinário municipal, alteradas e reformuladas pela Coroa.
O rei aperfeiçou a administração e melhorou a economia agrícola do reino.
O reinado de D. Dinis elegeu Lisboa como local de permanência da corte régia, notando-se o seu desenvolvimento urbano, económico e mercantil. Não existe uma capital, mas a cidade é o centro administrativo por excelência.

Ficha n40

CORTES DE LEIRIA
AFONSO III convoca as Cortes de Leiria, em 1254. Tendo em vista conquistar a simpatia das classes populares, aceita, pela primeira vez, representantes do povo (procuradores dos concelhos).
Tal como os reis anteriores, também Afonso III entrou em conflito com a Igreja. Acabou excomungado, em 1268, pelo arcebispo de Braga e pelos bispos de Coimbra e Porto.

O HERDEIRO
O rei dedica uma especial atenção ao príncipe herdeiro, fornecendo-lhe uma educação esmerada. Mestres sábios ensinam o jovem D.Dinis, o francês Américo de Edrará (que foi Bispo de Coimbra, entre 1279-1295) ou o português Domingos Anes Jardo (capelão-mor de Afonso III, depois chanceler de D.Dinis e Bispo de Évora) - que são dois bons exemplos.

Ficha n39

A CONQUISTA DEFINITIVA DO ALGARVE

Durante o seu reinado, Faro foi tomada com sucesso em 1249 e o Algarve incorporado no reino de Portugal.

Afonso teve, no entanto, de enfrentar um conflito diplomático com Castela, que considerava que o Algarve lhe pertencia.

TRATADO DE BADAJOZ
Seguiu-se um período de guerra, até que, em 1267, foi assinado um tratado em Badajoz que determina a fronteira no Guadiana desde a confluência do Caia até à foz, a fronteira luso-castelhana.

Ficha n38

D.AFONSO III O BOLONHÊS
1248-1270

Só pela morte do seu irmão D.Sancho, em 1248, Afonso III é aclamado rei de Portugal. Até lá, usa a designação de Visitador, Defensor e Curador do Reino (1245) .
Para garantir o trono de Portugal, Afonso repudiou a sua mulher, Matilde, para casar com Beatriz de Castela (conhecida como Brites); prestou especial atenção à classe média de mercadores e pequenos proprietários, ouvindo as suas queixas e legislando em conformidade. Convocou a primeira reunião das Cortes, em 1254, na cidade de Leiria, e a assembleia geral do reino, com representantes de todos os níveis da sociedade. Preparou legislação que restringia abusos sobre a população menos favorecida e concedeu inúmeros privilégios à Igreja. Afonso III organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através de várias cartas de foral.

Ficha n37

A DAMA DE PÉ DE CABRA

Mécia Lopes de Haro (ou Mécia Lopez de Haro) foi uma dama leoneso-biscaínha, que pelo seu casamento com Sancho II de Portugal terá sido rainha de Portugal. Descendia, por via da mãe, Urraca Afonso, do primeiro rei português, Afonso Henriques. Era filha de Lopo Diaz de Haro, senhor da Biscaia. Casou-se em primeiras núpcias com Álvaro Peres de Castro, e mais tarde, cerca de 1239, com o rei português Sancho II ( não teve filhos) . Durante a guerra civil, entre 1246 e 1248, que viria a depor o rei português foi considerada rainha maldita, acusada de dominar o espírito fraco do rei. Aquando da deposição do rei pela bula de 1245, o Papa declara que o seu casamento não é canónico, por não haver tido a dispensa legal requerida entre parentes próximos (como era o caso). D. Mécia Lopes de Haro esteve na origem da Lenda da Dama Pé-de-Cabra, compilada por Alexandre Herculano nas suas Lendas e Narrativas.

Ficha n36

SANTO ANTÓNIO

Neste reinado, nasceu a 15 de Agosto de 1195, Fernando de Bulhões, o Santo António, que faleceu a 13 de Junho de 1231 em Pádua (Itália). Figura de grande relevo da igreja, foi eminente sábio e pregador.

Ficha n35

SANCHO II É DEPOSTO
Martinho Rodrigues, bispo do Porto, em nome dos prelados portugueses, fez uma queixa formal ao Papa. Este detinha, na época, o poder de colocar ou retirar coroas conforme os seus interesses. No concílio de Lião de 1245, o Papa Inocêncio IV, através da bula Inter alia desiderabilia e Grandi non emmerito, excomungou e depôs Sancho II, considerando-o um «rex innutilis» (ou seja, um rei não capaz de administrar a justiça no seu reino). No mesmo documento, ordenou aos Portugueses a escolha de um novo rei para substituir o herege.
O irmão mais novo de Sancho, Afonso, então a viver em França como Conde de Bolonha, foi convidado a ocupar o trono real (em 1246). Afonso nascera em Coimbra e partira de Portugal aos 18 anos a fim de acompanhar a irmã, Leonor, noiva de Valdemar III da Dinamarca que acabaria por falecer. Afonso, quando este morreu, foi chamado a Paris pela sua tia, Branca de Castela e aí se fixara e se tornara, por casamento, conde de Bolonha.

Sancho II, derrotado, retirou-se para Toledo, onde faleceu, sendo sepultado na catedral local ( 1248).

Ficha n34

D.SANCHO II O CAPELO
(1223-1248)

O REGRESSO DA GUERRA
Ao subir ao trono, Sancho II encontra Portugal envolvido num conflito diplomático com a Igreja Católica. O seu pai, o rei Afonso II, havia sido excomungado pelo Papa Honório III ( já que tentara reduzir o poder da Igreja dentro do país). Assina um tratado com o Papa, embora não lhe dê grande cumprimento e vira a sua política para a reconquista impondo a derrota aos muçulmanos em várias frentes.
O resultado é o apoderar-se de Elvas e Juromenha (1229), Moura e Serpa (1232), Aljustrel(1234), Mértola, Cacela e Tavira (1238).
A instabilidade interna é uma constante, traduzindo a oposição entre a nobreza e o clero e o povo. Essa instabilidade enfraquece o poder real, incapaz de solucionar a situação.

Ficha n33

APOIO A CASTELA

Sob o ponto de vista da política internacional, Afonso II assina uma iniciativa de relevo: vai em socorro e apoio do seu sogro, Afonso VIII de Castela e ajuda-o a combater os mouros que acabam por sofrer uma pesada derrota em Navas de Tolosa(1212).
No ano de 1217, D.Afonso II reconquista Alcácer do Sal aos mouros, com o apoio dos Cruzados.
Os primeiros anos do seu reinado foram marcados por violentos conflitos internos entre Afonso II e as suas irmãs Mafalda, Teresa e Sancha (a quem seu pai legara em testamento, sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país - Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer -, com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos), numa tentativa de centralizar o poder régio, o que foi resolvido apenas com o confisco dos bens e exílio para Castela ou recolhimento a mosteiros das infantas.

Ficha n32

D.AFONSO II O GORDO

(1211-1223)
A primeira medida de grande importância levada a cabo por D.Afonso II foi, mal chegou ao trono, a de convocar as Cortes de Coimbra (em 1211). São as mais antigas de há registo. Nelas tomaram-se providências quanto à protecção da coroa e das classes populares, assim como para a regularização das relações com o clero. O reinado de Afonso II procurou, antes de tudo, consolidar a estrutura económica e social do país.

Ficha n31

AGRICULTURA

Sancho I fez distribuir muitas terras e entregou o cultivo das mesmas a muitos colonos, alguns dos quais vindos do estrangeiro. Também alguns dos cruzados se fixaram no território – e o resultado foi o aumento e o fomento da população e consequente enriquecimento de Portugal. Sancho concede forais a muitas terras, promove a construção de castelos e fortalezas. Povoações como Azambuja, Belmonte, Coimbra e Covilhã, são criadas ou restauradas.
D.Sancho morreu em Coimbra e foi sepultado em Santa Cruz, em 1211.

Ficha n30

D.SANCHO I, O POVOADOR (1185-1211)
D.Sancho I sucede ao pai e dá prioridade ao povoamento e pacificação do território. Continuando a guerra contra os mouros, vai conquistar os castelos de Alvor e Albufeira, bem como a cidade de Silves (1189)

PERDA DE TERITÓRIO
Um longo período de batalhas, em várias frentes, vai conduzir à perda de todas as terras que D.Sancho tinha conquistado e ainda de algumas que vinham das vitórias de seu pai.

Ficha n29

DESASTRE DE BADAJOZ

A paz entre Portugal e Espanha, tentada por tratados e alianças, como o casamento da filha do rei português com D.Fernando II de Leão, não vai durar e Afonso Henriques tenta a conquista de Badajoz. Sofre pesada derrota, parte uma perna e é feito prisioneiro. A troco da restituição de todas as terras conquistadas na Galiza, Afonso Henriques é solto (1169).

Ficha n28

CONQUISTAS DE ALARGAMENTO DO TERRITÓRIO

Depois de deixar de ter como prioridade as lutas com o seu primo rei de Leão, Afonso combate os mouros e conquista Santarém e Lisboa ( em Lisboa, em 1147, tem a ajuda dos Cruzados ). Seguem-se Sintra, Almada, Palmela (1147); Alcácer do Sal (1158); Beja (1162); Moura, Serpa e Juromenha (1166).

Ficha n27

A CARTA CLAVES REGNI

Através a carta Claves Regni (as chaves do Reino), D.Afonso Henriques intitula-se "Afonso por graça de Deus Rei de Portugal", decide enfeudar o reino de Portugal à Santa Sé. A carta foi confirmada por D.João Peculiar, arcebispo de Braga, D.Bernardo, bispo de Coimbra e D.Pedro, bispo do Porto.

Ficha n26

TRATADO DE ZAMORA OU SAMORA

D. Afonso Henriques sabe, desde cedo, que não será rei sem o apoio da igreja. Foi buscar o francês Bernardo, para bispo de Coimbra. Edifica o Mosteiro de Santa Cruz e coloca-o sob a protecção da Santa Sé. Funda e protege a construção do Mosteiro de Alcobaça (uma das principais obras deste reinado, a par com o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra e as igrejas de S. João Baptista, em Tarouca, e de S.Vicente de Fora, em Lisboa. Afonso Henriques aproveita as boas graças da Igreja, e, por intermédio do Arcebispo de Braga, D. João Peculiar, faz que o Papa Inocêncio II aceite a sua vassalagem contra o pagamento de um censo (quantia que os reis pagavam ao Papa) de quatro onças (uma onça equivale a 31gramas) de ouro por ano.
O Arcebispo envia o Cardeal Guido de Vico junto de Afonso VII, obtendo deste, no tratado de Samora (Zamora), o título de rei, que D. Afonso Henriques passa a usar, de facto e de direito, em 1143.

Ficha n25

BATALHA DOS ARCOS DE VALDEVEZ ou RECONTRO DE VALDEVEZ

Os exércitos de Afonso Henriques e Afonso VII de Castela e Leão, seu primo, encontram-se algures no Vale do Vez, protagonizando um dos momentos mais marcantes da História nacional: O Recontro de Valdevez, ocorrido na Primavera de 1141. Este recontro deve-se ao desejo do Rei de Portugal invadir a Galiza e anular a paz de Tui.

Ficha n24

A BATALHA DE OURIQUE desenrolou-se, muito provavelmente. nos campos de Ourique, em Junho ou em Julho do ano de 1139,
no actual Baixo Alentejo (sul de Portugal) . De acordo com a tradição, terá sido no dia de Santiago, 25 de Julho, santo que a lenda popular tornara patrono da luta contra os mouros; um dos nomes populares do santo, era precisamente Matamouros. Os cristãos faziam muitas incursões em terra de mouros para apreenderem gado, escravos e outros despojos. Na batalha de Ourique, o confronto foi mais violento: defrontaram-se as tropas cristãs, comandadas por D. Afonso Henriques, e as muçulmanas, em número bastante maior. A vitória foi tão grande que D. Afonso Henriques resolveu autoproclamar-se Rei de Portugal (ou foi aclamado pelas suas tropas ainda no campo de batalha). A partir daí, passa a usar a intitulação Rex Portugallensis (Rei dos Portucalenses ou Rei dos Portugueses) . A confirmação do título pela Santa Sé data apenas de Maio de 1179.
Este evento histórico marcou de tal forma o imaginário português, que se encontra retratado no brasão de armas da nação: cinco escudetes (cada qual com cinco besantes), representando os cinco reis mouros vencidos na batalha.

Ficha n23

A BATALHA DE OURIQUE

é mais um dos mistérios da História de Portual, a começar pelo facto de não haver consenso entre os estudiosos acerca do local exacto onde se travou. Pior ainda, há quem diga, como Alexandre Herculano, que “Ourique não passa de uma lenda” ( a afirmação valeu ao autor ser acusado de anti-clericalismo). A mais antiga descrição da batalha figura, mesmo assim, na Crónica dos Godos sob a entrada dos acontecimentos da Era Hispânica de 1177 (1139 da Era Cristã).

Ficha n22

PAZ DE TUI

Assente na força desta vitória e preocupado com a presença dos mouros que atacavam o sul do território, Afonso Henriques promove um entendimento com Afonso VII, embora sob formas desvatajosas. O acordo é conhecido como a Paz de Tui no qual Afonso Henriques prometeu a Afonso VII, que se apresentava desde 1135, como o imperador de toda a Espanha,fidelidade, segurança e auxílio contra os inimigos.

Ficha n21

II
A 1ªDinastia de Borgonha ou Afonsina
D. Afonso Henriques – o Conquistador
( 1128 – 1185 )

BATALHA DE CERNEJA
A vitória na batalha de São Mamede (em 1128), é a primeira grande etapa política para a confirmação do poder real nas mãos do infante Afonso Henriques. Com a nobreza local, Afonso Henriques assume o poder no Condado Portucalense, expulsando do governo a condessa-mãe D. Teresa que era apoiada pela nobreza Galega. Vão seguir-se 9 anos de intensas actividades para o reforço desta atitude. O novo Conde transfere a sua capital para Coimbra e pretende assegurar a sua autonomia face ao Reino de Leão, onde reina o seu primo, o rei Afonso VII. Com uma estrutura militar mais bem organizada, com o apoio e a ambição dos barões portucalenses do seu lado, o desejo de independência manifesta-se em nova investida militar: a invasão da Galiza, e a Batalha de Cerneja (1137), onde as tropas galego-leonesas (do conde Fernão Peres de Trava, que consegue fugir, e de Rodrigo Vale ou Velada, que é feito prisioneiro) foram definitivamente vencidas.
Ao derrotar na Galiza as forças que pretendiam submetê-lo, Afonso Henriques consolida a sua posição tendente para a independência. Quatro anos mais tarde será Rei de Portugal.

FICHA n20

BATALHA DE S.MAMEDE

D.Teresa perdeu progreesivamente a sua força política, consumando-se o seu afastamento do condado a partir da batalha de S. Mamede (1128). Destronada pelo filho, refugiou-se na Galiza, e aí morreria dois anos depois.Afonso opõs-se às alianças da sua mãe e em especial à sua proximidade com um fidalgo galego, o conde Fernão Peres de Trava. Afonso Henriques exigiu a governação do condado e a mãe recusou-se. As duas facções travam uma batalha decisiva, em São Mamede, próximo de Guimarães, vencendo Afonso Henriques. D.Teresa recolhe ao castelo de Lanhoso e os seus partidários são expulsos de Portugal. Afonso Henriques toma conta do condado.

FICHA n19

EGAS MONIZ

Egas Moniz, dito «o Aio» nasceu em 1080 e morreu em 1146. Foi um rico-homem portucalense do século XII, da linhagem dos Riba Douro uma das cinco grandes famílias do Entre-Douro-e-Minho. Henrique de Borgonha, conde de Portucale confiou-lhe a educação do filho, Afonso Henriques.Egas Moniz está sepultado no Mosteiro de Paço de Sousa, do qual foi padroeiro; o seu túmulo representa precisamente o episódio lendário da sua ida a Toledo, cumprir a palavra que Afonso Genriques tinha quebrado.Afonso VII quando pôs cerco a Guimarães, então sede política do condado, exigiu um juramento de vassalagem ao seu primo Afonso Henriques; Egas Moniz dirigiu-se ao imperador, comunicando-lhe que o primo aceitava a submissão. Mas Afonso Henriques quebra o juramento: faz guerra a Afonso VII e invade a Galiza, travando-se a batalha de Cerneja (1137), da qual saem vitoriosos os portucalenses.Como Afonso Henriques não cumpriu o acordado por seu aio, Egas Moniz, segundo reza a lenda, ao saber do sucedido, deslocou-se a Toledo, a capital imperial, descalço e com uma corda ao pescoço, acompanhado da sua mulher e filhos, colocou ao dispor do imperador a sua vida e a dos seus, como penhor pela manutenção do juramento de fidelidade de nove anos antes. Diz-se que o imperador, comovido com o seu gesto e a sua honradez, perdoou-lhe e mandou-o em paz.

FICHA n18

CERCO DE GUIMARÃES

D. Teresa passou então a uma complexa política de alianças que acabaria por lhe trazer a oposição cerrada da nobreza portucalense, vindo essa oposição a congregar-se em torno de D. Afonso Henriques. Com a morte de D. Urraca e a ascenção ao trono de Leão de Afonso Raimundes, a chefia de D. Teresa passou a ser combatida abertamente. Em 1127, Afonso VII exigiu a Teresa que lhe prestasse obediência e ela negou-se. Afonso invade o condade e põe cerco a Guimarães, onde se encontrava o infante D.Afonso Henriques. Afonso vai ripostar e invadir a Galiza.

FICHA n17

A REGÊNCIA

D. Teresa tomou a regência do condado e continuou a política de D. Henrique, após a sua morte, em 1112. Teve como prioridade favorecer o poder e a expansão do condado portucalense. Quando Henrique morreu, o filho de ambos, Afonso, tinha apenas três anos de idade.Em 1116, Teresa entrou em aliança com a família galega dos condes de Trava. O apoio aos direitos sucessórios de Afonso Raimundes (futuro Afonso VII) contra a sua mãe, D. Urraca (irmã de D. Teresa e rainha viúva de Leão), tornou-se a razão do governo de D. Teresa. A partir de 1117, começou a intitular-se rainha.

FICHA n16

D.TERESA

Segundo a grafia da época, encontram-se referências a Tarasia ou Tareja, que conhecemos como Teresa de Leão. Nasceu em 1080, provavelmente no Mosteiro de Monte de Ramo (Galiza) e morreu a 11 de Novembro de 1130. Infanta de Leão e, posteriormente, condessa (ou rainha, como também surge referenciada nas fontes coevas) de Portugal, era filha ilegítima do rei Afonso VI de Leão e Castela e de Ximena Moniz, uma nobre castelhana, filha de Mudiadona/Mumadona Moniz e de Munio Moniz. Teresa viveu toda a sua infância na companhia da sua mãe e do seu avô materno, que a educaram e da sua irmã, Elvira.

FICHA n15

D. AFONSO HENRIQUES

D. Afonso Henriques terá nascido em 1109 e, também provavelmente, na cidade de Coimbra, no mesmo ano que morreu Afonso VI de Castela e Leão, de quem sua mãe, D.Teresa, era filha bastarda. O então infante Afonso Henriques era filho do conde Henrique de Borgonha e de dona Teresa sendo a morte do seu avô o início da disputa entre dona Urraca, a herdeira legítima de Afonso VI, e dona Teresa - com vários outros pretendentes ao trono. Em 1122, o jovem Afonso arma-se cavaleiro na catedral de Zamora. Em 1128, luta contra a mãe, dona Teresa, e com o aliado desta, o conde galego Fernão Peres de Trava. As tropas de ambos enfrentam-se no campo de São Mamede, junto ao castelo de Guimarães. O exército galego é derrotado. Esta vitória leva dona Teresa a desistir da idéia de anexar a região portucalense ao reino da Galícia. Em 1129 e no dia 6 de abril, Afonso Henriques dita uma carta em que se proclama soberano das cidades portuguesas. Em 1140, Afonso Henriques começa a usar o título de Rei. Em 1179, a Igreja Católica reconhece, formalmente, a realeza de Afonso Henriques.Em 1185: Afonso Henriques morre na cidade em que nasceu deixando como herança, além de imensa fortuna, o Condado Portucalense, que é o primeiro território europeu a estabelecer a sua identidade nacional.Afonso Henriques foi sepultado no Mosteiro de Santa Cruz, de Coimbra, tal como a sua mulher, D.Mafalda.

Ficha n14

BORGONHA

Borgonha, província da França até 1790, é hoje uma região administrativa francesa que engloba os departamentos de Côte-d'Or, Nièvre, Saône-et-Loire e Yonne.

CONDE D. HENRIQUE OU HENRIQUE DE BORGONHA

Henrique de Borgonha pertencia à família ducal da Borgonha. Era o filho mais novo de Henrique, herdeiro do duque Roberto I ,com Beatriz ou Sibila de Barcelona, e irmão dos também duques Odo I e Hugo I. Vulgarmente chamado Conde D. Henrique, nasceu em 1066 e morreu em Astorga, a 24 de Abril de 1112. Foi conde de Portucale desde 1093 até à sua morte. Sendo o filho mais novo, tinha poucas possibilidades de alcançar fortuna e títulos por herança. Assim, ajudou o rei Afonso VI de Leão e Castela a conquistar o Reino da Galiza, aderindo à aventura da Reconquista da Península Ibérica. Recebeu, como recompensa pelos seus serviços, o casamento com a filha ilegítima do monarca, Teresa de Leão. Alguns anos mais tarde, em 1096, recebeu, ainda do mesmo Afonso VI, o Condado Portucalense, território até ao momento dependente do reino de Galiza, que passava a prestar-lhe vassalagem directa.Teresa foi dada pelo seu pai em casamento, em 1093, a Henrique de Borgonha, tendo, na altura do enlace, Teresa 13 anos e Henrique 24.Foi seu filho varão D. Afonso Henriques.

Ficha n13

CONDADO PORTUCALENSE

O Condado Portucalense tinha fronteiras variáveis, já que a leste e a sul dependiam dos avanços e recuos nos combates contra os mouros. Era parte integrante do Reino de Leão e governado pelo rei Afonso VI. Na tradição romana e visigótica, o Rei dava o governo dos territórios a um conde (comes), por vezes chamado duque(dux).

FICHA n12

PORTUCALE

O nome pode vir de Portucale, dado desde o século IX a uma cidade situada perto da foz do Douro, designada PORTVS CALE - Porto de Cale. Julga-se ser um nome de raiz latina e grega com o significado de Porto Belo. A explicação mais comum é, no entanto, a de que o nome deriva dos Callaeci, povos de cultura castreja que habitariam a área de Cale nos tempos pré-romanos.Mas há mais explicações alternativas: que o nome deriva da deusa venerada pela tribo e que poderia historicamente relacionar-se com a palavra Cailleach e de uma invasão Celta proveniente da Galécia. Também que a palavra cale ou cala, seria celta e significaria 'porto', uma 'enseada ' ou 'abrigo,' e implicaria a existência de um porto celta mais antigo. Ainda outra teoria propõe que Cale deriva de Caladunum. E uma última, que diz ser relacionado com o Porto do Graal, o cálice sagrado que recolheu o sangue de Cristo.(Cailleach é a Anciã ancestral da Escócia, também conhecida como a Carline ou Mag-Moullach, definida como deusa ancestral na Irlanda)

FICHA n11

REINO DE ASTÚRIAS

O Reino das Astúrias é a primeira entidade política cristã estabelecida na Península depois da capitulação do Reino Visigodo de Toledo, na sequência da morte de Rodrigo e as Astúrias -protegidas por uma imponente cadeia montanhosa-, a única região da Península Ibérica que não foi conquistada pelos Mouros aquando da sua invasão da Península Ibérica.A partir deste pequeno território, surgiram os reinos de Castela, Leão (de onde derivou mais tarde o Condado Portucalense e, subsequentemente, Portugal), Navarra, e Aragão. O reino durou até que Fruela II ascendeu ao trono do Reino de Leão. Isto é, de 718 a 925 d.C..

REINO DE CASTELA

O Reino de Castela, um dos mais antigos reinos da Península Ibérica formados durante a Reconquista, começou por ser um condado do Reino de Leão, até se tornar independente. O seu território faz actualmente parte de Espanha.Castela existiu enquanto condado de 850 a 931 e como reino de 931 a 1479.A primeira referência ao nome "Castilla" é encontrada num documento do ano 800.REINO DE LEÃOO Reino de Leão, um dos mais antigos reinos ibéricos surgidos no período da reconquista cristã, foi independente durante três períodos: de 910 a 1037 (sob domínio da casa Leonesa), de 1065 a 1072 (sob o domínio da casa de Navarra) e de 1157 a 1230 (sob o domínio da casa da Borgonha).Leão nasceu em 910 como resultado da divisão do Reino das Astúrias pelos filhos do Rei Afonso III o Grande: Garcia ficou com o Reino de Leão, Ordonho com a Galiza e Fruela com as Astúrias.

REINO DE NAVARRA

O Reino de Navarra foi um dos reinos medievais da Europa, com território no norte da Península Ibérica e no dos Pirenéus ocidentais.A Navarra peninsular (conhecida como Alta Navarra), foi invadida por Fernando, o Católico.Navarra surgiu no século IX, durante a Reconquista cristã. Em 1234, a dinastia inicial dos reis de Navarra foi substituída pelos Condes de Champagne. Em 1284 o casamento de Joana I de Navarra com o rei Filipe IV de França uniu os dois reinos - união que iria durar até 1328.REINO DE ARAGÃOO Reino de Aragão foi um dos reinos cristãos que nasceram na Península Ibérica durante a Reconquista. No início, era um condado dos Francos que foi posteriormente anexado ao reino de Pamplona (mais tarde designado Reino de Navarra), em 925. Foi herdado por Ramiro Sánchez pela repartição dos territórios de Sancho III de Navarra pelos seus filhos, antes de morrer. Enquanto condado feudal, foi responsável pela conquista de Saragoça em 1118. Separou-se de Navarra em 1035 mantendo-se independente até 1707.O último rei de Aragão foi Fernando II de Aragão, que reinou de 1479 a 1516.

FICHA n10

REACÇÃO E RECONQUISTABATALHA DE COVADONGA

Pelágio destaca-se com uma vitória importante, na batalha de Covadonga (provavelmente no verão de 722), que é a primeira grande vitória das forças militares Cristãs na Hispânia a seguir à invasão árabe em 711.A vitória de Covadonga assegurou a sobrevivência da soberania Cristã no Norte da Península Ibérica, e é considerada por muitos autores como o início da Reconquista.Nos territórios então reconquistados aos mouros, nascem os reinos cristãos de Astúrias, Navarra, Leão e Castela.

Ficha n9

VISIGODOS

Os visigodos, também chamados Godos do Oeste, vieram para a Península saídos do leste europeu e foram, inicialmente, comandados por Teodorico I. Os visigodos submeteram toda a Península, ao longo de quase dois séculos, implantando a Monarquia Visgótica, com capital em Toledo.Os visigodos acabaram por absorver uma grande influência da cultura e da mentalidade política romana. Em contrapartida, criaram formas artísticas originais, destacando-se o arco de ferradura e a planta cruciforme das igrejas. Importantes os seus trabalhos de compilação cultural e jurídica que forneceram as bases da estrutura jurídica medieval na Península Ibérica.

Ficha n8

VÂNDALOS, SUEVOS E ALANOS

Vindos da Ásia e do Norte da Europa, os vândalos, os suevos e os alanos são povos ditos bárbaros – pelos romanos, que chamavam bárbaros a todos os povos que viviam à margem do seu império e que tinham língua, religião e costumes diferentes dos seus, que consideravam civilizados. Estes povos terão entrado na Península nos finais do séc.V da era Cristã. Conseguiram fixar-se depois de guerras sangrentas com os romanos.

Ficha n7

O povo Romano sai de um pequeno território na Europa e alarga a sua ambição por um extenso Império - que influenciará de modo decisivo o Mundo de então.A invasão romana da Península Ibérica iniciou-se no contexto da Segunda Guerra Púnica (218 a.C.-201 a.C.), quando as legiões romanas, sob o comando do cônsul Cornélio Cipião, para ali se movimentaram taticamente, a fim de atacar pela retaguarda os domínios de Cartago na região.
REPÚBLICA ROMANA
O Império Romano é uma forma autocrática de governo e sucede à República Romana que durou quase 500 anos (509 a.C. – 27 a.C.).A República enfraqueceu na sequência do conflito entre Caio Mário e Sulla - políticos e generais romanos de facções opostas - e devido à guerra civil de Júlio César contra Pompeu.Curiosidade: foi Sulla quem realizou as primeiras lutas de leões nos anfiteatros de Roma.
A CONQUISTA ROMANA
Os Cartagineses vão perder a sua força em várias frentes e acabam por regressar ao Norte de África, onde tinham as suas origens. Em contrapartida, os romanos ganham cada vez mais força. Com a fundação de Itálica, o general e estadista Cipião que derrotou Aníbal de Cartago na batalha de Zama, instaurava a dominação romana.A conquista romana começou com a captura das possesões cartaginesas no sul e com o fim do último foco de resistência no nordeste no ano 19 a.C. O Sul da Península começou a ser dotado com uma rede de estradas ligando as cidades e de pontes atravessando os maiores rios; as cidades ibéricas começaram a ser urbanizadas ao estilo romano. A Península foi dividida em três províncias separadas: Lusitânia(oeste), Baética(Sul),Tarracones(leste e norte).

Ficha n6

CARTAGO
Cartago, nome que provem do fenício Kart-Hadasht, a « Nova Cidade », é originariamente uma colónia fenícia no norte da África, situada a leste do lago de Tunes, perto do centro de Tunes, capital da Tunísia. Potência na Antiguidade, disputou com Roma o controlo do mar Mediterrâneo nas três Guerras Púnicas, após as quais Cartago foi destruída. Foi na sequência destas guerras que se deu a conquista romana da Península Ibérica.O Fenício Amílcar Barca desembarcou na Península Ibérica em 237 a.C., tendo em vista as riquezas agrícolas e minerais do Sul do território. Amílcar vai fundar uma Espanha cartaginesa, ameaçar os territórios lusitanos e envolver-se em guerras com os romanos que acabam por invadir a Península.

Ficha n5

LUSITANOS
Entre os Celtibros destacavam-se os Lusitanii que estenderam os seus domínios a um vasto território que ia do Tejo e da Estremadura espanhola até aos montes Cantábricos. Vieram a conquistar ainda a região ocupada pelos Túrdulos, a sul do Tejo. Representavam uma civilização agrária, oposta a populações que, possuindo ricas minas de cobre, viviam de actividades comerciais. Segundo Estrabão, historiador, geógrafo e filósofo grego do século VII a.C., “Os Lusitanos eram a mais forte das nações ibéricas”. Organizava-se em tribos, sem coesão política, à semelhança dos gauleses. Agrupados em castros, viviam da pastorícia e da agricultura.A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus.

Ficha n4

FENÍCIOS
A Fenícia, reino cujo centro se situava na planície costeira do que é hoje o Líbano, no Mediterrâneo oriental, desenvolveu uma civilização importante entre os séculos X e V a.C., estabelecendo colónias em todo o norte de África e sul da Europa.Na Europa, os Fenícios viviam principalmente na região de Gades (Cádis) e aventuravam-se até ao Sado e ao Douro. Há poucos vestígios da sua presença, destacando-se os elementos toponímicos – como ipo, em Olissipo (Lisboa), ou Colipo(Leiria) – e a necrópole de Alcácer do Sal.
CELTAS E CELTIBEROS
Na primeira metade do século VI a.C. fixaram-se na Península algumas tribos celtas. Grande parte da população da Europa ocidental, pertencia a etnias celtas - até à conquista dos seus territórios pelo Império Romano. Organizavam-se os celtas em tribos, que ocupariam o território desde a Península Ibérica até a Anatólia. Pertencentes à família linguística indo-europeia, que se espalhou pela maior parte do noroeste da Europa a partir do IIº milénio a.C., a primeira referência literária que é conhecida a seu respeito foi feita pelo historiador grego Hecateu de Mileto em 517 a.C.. Sob o nome de Celtiberos formaram o núcleo mais importante da Península até à conquista romana.

Ficha n3

FOTOAH"O que a vista alcança"

Não há provas da presença grega no território que hoje é Portugal - e mesmo a presença Fenícia está mais relacionada com transformações ao nível cultural, pois circunscreveu-se à Andaluzia.A presença grega está patente, porém, em alguns artefactos isolados e a maior contribuição grega na cultura das populações do território foi sem dúvida a noção de moeda. Esta começou a ser cunhada no século V a. C. e em Rodes no século seguinte. A cunhagem de moedas, que os gregos jónicos aprenderam com os lídios, revolucionou o comércio. Tornou-se presente nos restantes territórios da Península Ibérica, sob a influência de Cartago, nos anos posteriores.

Ficha n2

FOTOAH"...Da lei da morte libertando..."

A Idade do Bronze, com início cerca do ano de 3300 a.C.. é um período da civilização no qual o desenvolvimento desta liga metálica, resultante da mistura de cobre e também estanho, vai operar grandes mudanças no quotidiano.A Idade do Bronze desenvolveu-se desde o segundo milénio até cerca de 700 a.C., no sudoeste da Península.Relativos a este período, foram descobertos nas necrópoles ( locais de enterramento ) objectos de cerâmica e de metal (em cobre, ouro e bronze).No vale do Tejo, entre os afluentes Sever e Ocresa, encontram-se milhares de pinturas que são bons exemplos de um ciclo de arte rupestre muito activo. Esta arte desenvolveu-se entre o Neolítico e a Idade do Ferro.IBEROS - Idade do FerroIBEROSA Idade do Ferro é caracterizada pela utilização do ferro como metal, utilização importada do Oriente através da emigração de tribos indoeuropéias (celtas), que a partir de 1.200 a.C. começaram a chegar à Europa Ocidental.A Idade do Ferro assinala-se na Península no início do séc. XI a.C. e foram os Iberos, nesse período, que fizeram a transição entre os povos neolíticos e os Lusitanos.Os Iberos habitaram o Sul e o Este da Península Ibérica. A respeito da sua origem, há duas teorias: a primeira defende que seriam os habitantes originais da Europa Ocidental e os criadores da grande cultura megalítica que teve início em Portugal.A segunda teoria defende que os Iberos seriam de origem caucasiana e que teriam construído povoações idênticas às encontradas na Escócia, na mesma época.Os Iberos construiram os castros, fortificações no alto das serras, defendidos por muros de pedra que serviam de refúgio e também para actividades agro-pecuárias.